sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Brasileiros poderão comprar teste de HIV na farmácia e fazer exame em casa

Com 143 mil pessoas que desconhecem ser portadores do vírus do HIV no País, Ministério da Saúde solicitou à Anvisa que regulamente a venda dos testes no Brasil

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabeleceu os parâmetros de segurança que permitem o registro no Brasil de auto-testes para a detecção do vírus HIV. A norma da Anvisa atendeu a pedido do Ministério da Saúde, que solicitou o apoio para regulamentar a comercialização. Abrem-se, assim, as portas para que o diagnóstico seja feito em total sigilo, em casa.
O exame consegue detectar a presença do vírus a partir de amostra de fluido da gengiva ou da bochecha. O resultado sai em 30 minutos. Como em testes de gravidez, um risco vermelho indicará negativo; e dois riscos sinalizarão o resultado positivo. 
O objetivo da iniciativa é que mais pessoas fiquem sabendo se são portadoras do HIV e iniciem o tratamento.  Como o diagnóstico leva ao uso da medicação que faz com que o HIV fique indetectável no sangue, a ideia é haverá uma redução da transmissão.
Os testes rápidos serão encontrados em farmácias, drogarias, postos de medicamentos, serviços de saúde e programas de saúde pública. E deverão conter informações claras que indiquem seu uso seguro e eficaz.




segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Pré-diabetes e diabetes

Entendendo a pré-diabetes
Entendendo a Diabetes

E quais são os sintomas da diabete?


E os fatores de risco?


Algumas dicas


Tratamento



domingo, 8 de novembro de 2015

Transplante fecal já é realidade e pode até substituir o antibiótico para algumas patologias

O tema ainda é pouco conhecido mesmo entre os médicos, mas vem ganhando cada vez mais força e, nos Estados Unidos, foi já criado até um centro de doação de fezes. Essa técnica já é reconhecida como mais eficaz do que antibióticos em caso de infecção pela bactéria Clostridium difficile. A infecção é responsável por 29 mil mortes por ano nos Estados Unidos.


Chamado cientificamente de transplante de microbiota fecal (FMT, na sigla em inglês), a técnica consiste em inserir fezes de uma pessoa saudável no intestino de um paciente com um problema intestinal por meio de um tubo ou através de uma cápsula via oral (pelo nariz ou boca) ou, ainda, via anal. Esta é uma forma de introduzir uma mistura de bactérias saudáveis que podem tomar o lugar de bactérias ruins causadoras de doenças.
O transplante fecal já é feito no Brasil pelo médico Arnaldo Ganc, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. Pelo mundo, diversas pesquisas estão sendo feitas para testar a viabilidade de usar a técnica contra outras doenças, como colite ulcerativa, doença de Crohn e até mesmo contra a obesidade.
Ganc realizou cerca de 40 transplantes no Brasil para casos de C. difficile. "O resultado é espetacular, pessoas que estão doentes por três, quatro meses ficam curadas em dois dias depois do transplante", disse o médico. "A diferença entre o tratamento e o uso da vancomicina (antibiótico) é nítida. Para este tipo de bactéria a técnica é unanimidade, é cientificamente o melhor tratamento". O transplante é feito no Brasil com aparelhos comuns de endoscopia, explica Ganc. Ele lembra que há testes para que nem isso seja necessário e seja possível a ingestão das fezes por cápsulas.
A infecção pela Clostridium difficile, que faz parte da flora intestinal de 10% das pessoas, ocorre quando se ingerem antibióticos por causa de alguma outra doença, como infecção de garganta, por exemplo. Essa bactéria resiste e toma conta do intestino, causando diarreia e desidratação tão grave que pode até ser fatal.
O médico brasileiro já usou o procedimento em três casos de colite ulcerativa em que os tratamentos convencionais não surtiam efeitos, mas conta que os resultados não foram muito convincentes. "Ainda precisamos de muitos estudos nessa área. Alguns deles estão sendo realizados, como fazer transplante de flora bacteriana de pessoa magra para gorda para ver se funciona e também parece que existe alguma relação entre crises de autismo e alteração intestinal". Ele planeja um estudo no Brasil para doença de Crohn e colite ulcerativa.
Nos Estados Unidos, o médico Sahil Khanna, da clínica Mayo, em Minnesota, apresentou recentemente os resultados de uma técnica que ele desenvolveu para prever com exatidão, pela primeira vez, quais pacientes são resistentes ao tratamento com antibióticos e, portanto, devem considerar o transplante de fezes. A técnica se baseia no número de espécies de bactéria nas fezes dos pacientes.
Segundo Khanna, os tratamentos com antibióticos têm uma taxa de sucesso de apenas 40% a 50% para casos de infecção recorrente, comparado a 90% de sucesso do transplante.
Banco de fezes


Há até um banco de fezes sem fins lucrativos chamado OpenBiome, que recolhe doações com o objetivo de expandir o acesso seguro ao transplante. Os doadores recebem pelas fezes, mas não é tão fácil assim: apenas 2,8% dos candidatos conseguem passar pelo processo rigoroso da instituição que só aceita fezes de pessoas muito saudáveis, depois de feita uma bateria de exames. Além disso, a pessoa pode ser chamada para comparecer ao centro de doações diversas vezes e muitos não têm essa disponibilidade.

Epidemia de sífilis e desabastecimento de penicilina

No dia 29 de setembro, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados realizou audiência pública para discutir a crise de assistência farmacêutica no Sistema Único de Saúde (SUS). Participantes do debate demonstraram preocupação com a crise de abastecimento de penicilina, único medicamento capaz de combater a sífilis. O país registra um aumento de quase 1000% de incidência de sífilis em grávidas a partir de 2013.


Alexandre Cunha, infectologista e coordenador de comunicação da Sociedade Brasileira de Infectologia disse na audiência pública que não é a falta do uso de penicilina que trouxe o aumento da sífilis no Brasil. "Atendo gente com sífilis em todas as classes", acrescentou. Cunha complementa que a ausência do uso de preservativo pode ser uma explicação para o crescimento. "Os dados são chocantes", disse.
A diretora do Departamento de DSTs do Ministério da Saúde disse, no entanto, que, embora a falta de medicamentos não seja a causa da sífilis, o desabastecimento da penicilina tem contribuído para o aumento de mortes por sífilis congênita no país. Segundo a diretora, 41% dos estados estão com estoque zero do produto e 59% já relatam algum tipo de desabastecimento.
O governo garante que há recursos para a aquisição de penicilina. O diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento Júnior, assegurou que o ministério tem atuado para resolver o desabastecimento do medicamento e combater a sífilis congênita.

Imagem ilustrando a sífilis congênita

"Estamos solicitando a ampliação da produção e da distribuição em todo o território nacional. Estamos comprando da Organização Pan-Americana da Saúde a penicilina para uso no combate à sífilis", informou. Ele disse que no começo de 2016 cerca de dois milhões de frascos estarão disponíveis para serem distribuídos no país. Outra ação do governo, segundo o diretor, é a compra, por dispensa de licitação, de 700 mil frascos do produto para entrega imediata nos próximos 30 dias.

Municípios - A representante do Conselho Federal de Farmácia, Mônica Holtz Cavicholo, afirmou que os municípios possuem recursos financeiros para a aquisição da penicilina. Segundo ela, a compra da penicilina é de responsabilidade do gestor municipal e essa determinação está pactuada no SUS: "O subfinanciamento do SUS é uma realidade, mas as compras existem e em muitos casos há aplicação de recursos significativos."
De acordo com a debatedora, entre as dificuldades encontradas pelos gestores municipais que contribuem para a crise de abastecimento, estão, além do aumento da demanda, a não regularidade do fornecimento; fracassos em processos licitatórios; descumprimento de exigências de edital; altas de preços; problemas com fornecimento de matéria-prima; e limitações de quantitativo para importação da matéria-prima.
"Há dependência da matéria-prima estrangeira, insuficiência da produção nacional para atender às redes pública e privada, falta de interesse da indústria e falta da regulação que garanta a produção", disse.


Medidas - Mônica Cavicholo sugeriu providências para conter a crise de abastecimento de penicilina, como indicá-la para o uso de apenas algumas patologias, como a sífilis, de acordo com recomendações do Ministério da Saúde. "Também é importante que sejam criadas políticas de pesquisa e desenvolvimento do parque fabril e que haja um financiamento sustentável e um sistema de abastecimento confiável, além de acompanhamento para tomada de decisões rápidas nos casos de desabastecimento", completou.


Fonte: Conselho Federal de Farmácia

Vacina que poderá eliminar vício em cigarro é testada em humanos

Fumantes poderão no futuro ser vacinados para que deixem de sentir prazer com o cigarro. Uma vacina que leva o organismo a produzir anticorpos contra a nicotina, uma das substâncias presentes no cigarro que provoca sensação de prazer e dependência, já está sendo testada em 275 pessoas, com idades entre 18 e 60 anos, no Canadá. A pesquisa, que está sendo desenvolvida pela farmacêutica Pfizer, começou em 2012 e já teve sucesso em roedores. Não há previsão de término do estudo e lançamento no mercado.


A vacina tem como objetivo estimular o sistema imunológico e criar anticorpos contra a nicotina, de acordo com a diretora médica de vacinas da América Latina e Canadá da Pfizer, Jéssica Presa.

— A ideia é que esses anticorpos "grudem" na nicotina e, como se tornarão uma única molécula "grande", não conseguirão ultrapassar a barreira hematoencefálica. Assim, a nicotina não chegará ao cérebro e a pessoa não irá obter a sensação de prazer com o cigarro.

Uma das 7.000 substâncias inaladas pelo fumante em uma tragada, a nicotina que provoca dependência e sensação de prazer, conforme explica a cardiologista Jaqueline Issa, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Incor (Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo).


— Nós temos vários receptores espalhados pelo corpo e cérebro e a nicotina tem afinidade com eles. Na área do cérebro responsável pelo prazer, há uma grande concentração. Quando o indivíduo fuma, a nicotina entra nesse circuito, ocupa o espaço e a sensação de prazer é amplificada. Em situações adversas, como estresse e ansiedade, por exemplo, a pessoa fuma para atenuar sensações desagradáveis. Então, ela aprende a usar o cigarro no prazer e na dor. Por isso, há legiões de fumantes, pois entre 7 a 10 segundos a pessoa já sente prazer.

Além de ajudar na possibilidade de reduzir ou eliminar o vício do cigarro, novas doses da vacina fariam o corpo continuar produzindo mais anticorpos por conta própria, e isso contribuiria para impedir recaídas. De acordo com a diretora da Pfizer, a vacina seria destinada a pessoas que são viciadas no tabaco e têm o desejo de parar de fumar.


Na opinião da cardiologista do Incor, a imunização "seria mais atrativa no aspecto preventivo do que como tratamento".

— Na medida em que a vacina faz um bloqueio da nicotina, a pessoa passa pelo processo de abstinência, que provoca sintomas como irritabilidade, falta de concentração, fome excessiva e ansiedade. Essa situação poderia ser tratada de outra forma, com medicação por exemplo. Então, a princípio, o ideal seria vacinar pacientes que já pararam de fumar para evitar a recaída, já que mais de 50% das pessoas que param de fumar acabam voltando. E também grupos de riscos, como filhos de fumantes e pessoas de classes sociais mais baixas, para que não caiam no vício.


A Pfizer informou que o estudo clínico da vacina anti-tabaco está em estágios iniciais (fase 1) e deverá ser concluído em dezembro desse ano. Nessa etapa, são avaliadas a segurança, a tolerabilidade, a imunogenicidade (capacidade de dar resposta imunológica) e mensuração de dose em adultos.

Essa não é a primeira vez que um laboratório tenta fabricar uma fórmula contra o vício do cigarro. Jaqueline explica que outros estudos não foram para frente, "pois os anticorpos não tinham durabilidade suficiente".

— Os pacientes então teriam que ser revacinados com frequência e isso seria inviável até mesmo financeiramente. Desde 2006 fala-se em método terapêutico contra o vício no tabaco. Esperamos que a nova pesquisa consiga reverter esse problema técnico.
Atualmente, não há nenhuma vacina que reduza ou elimine o vício em cigarro. Mas, na visão do infectologista e vice-presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Renato Kfouri, a ciência avançou muito no conhecimento sobre agentes infecciosos, suas formas de reprodução e os hospedeiros. Agora, o grande desafio é conhecer melhor o desenvolvimento molecular para controlar as doenças não infecciosas.

— Quando falamos em genoma humano, é algo de grande complexidade. É necessário conhecer os marcadores de quem vai ter obesidade, câncer e até dependências de drogas e álcool. Muitas dessas doenças não são exclusivamente cromossômicas, já que também se consideram os fatores ambientais, mas conhecendo seus mecanismos será possível se antecipar e assim prevenir. O desenvolvimento de vacinas para doenças não infecciosas é questão de tempo.
Segundo Kfouri, a ciência está evoluindo a passos largos e, em alguns anos, será possível imunizar as pessoas também contra doenças não infecciosas.


— Estamos caminhando nesse sentido, não apenas contra o tabaco, mas contra obesidade e até mesmo o câncer. Acredito que daqui alguns anos poderemos ter novidades em termos de aplicação prática.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Interações medicamentosas

Interação medicamentosa é o evento clínico em que o efeito de um medicamento é alterado pela presença de outro fármaco, de alimento, de bebida ou de algum agente químico. Constitui a principal causa de problemas relacionados a medicamentos. Portanto, é muito importante se informar sobre a utilização correta do medicamento com o médico ou farmacêutico.



O que são interações entre medicamentos?
São as interferências que ocorrem quando dois ou mais medicamentos são administrados ao mesmo tempo, podendo causar a diminuição ou o aumento do efeito esperado, ou ainda o surgimento de efeitos indesejados.

Exemplos:
ü  O efeito do anticoncepcional é reduzido quando consumido com um antibiótico.
ü  A vitamina K inibe a resposta dos anticoagulantes orais.
ü  O antiácido diminui a absorção dos medicamentos anti-inflamatórios (contra inflamações).
ü  Os antibióticos, como a tetraciclina, têm seu efeito terapêutico diminuído quando engolidos com antiácido.
ü  Anticoagulantes podem causar hemorragia se utilizados com alguns anti-inflamatórios, como o ácido acetilsalicílico.

IMPORTANTE: Para evitar que um medicamento prejudique o outro, informe sempre o médico e o farmacêutico sobre todos os medicamentos que você estiver usando.



Quais os riscos no uso de medicamentos com bebidas alcoólicas?
As associações entre medicamentos com bebidas alcoólicas podem levar a efeitos indesejados graves, inclusive com risco de morte. O álcool tanto pode potencializar os efeitos de um medicamento quanto neutralizá-los.


Tenha especial atenção no uso de álcool com os seguintes medicamentos:

ü  Analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios: podem causar perturbações gastrointestinais, úlceras e hemorragias.
ü  Antidepressivos: diminui os efeitos, pode aumentar a pressão sanguínea.
ü  Antibióticos: podem causar náuseas, vômitos, dores de cabeça e até convulsões.
ü  Antidiabéticos: podem causar severa hipoglicemia (baixa glicose).
ü  Anti-histamínicos, tranquilizantes, sedativos: podem intensificar o efeito de sonolência e causar vertigens.
ü  Antiepilépticos: a proteção contra ataques epilépticos é significativamente reduzida.
ü  Medicamentos cardiovasculares: pode provocar vertigens ou desfalecimento, bem como redução do efeito terapêutico.



Como os medicamentos podem interagir com os alimentos?

Em algumas situações, os medicamentos também interagem com alimentos. Essas interações podem comprometer seriamente o tratamento, potencializando reações adversas ou diminuindo os efeitos terapêuticos dos medicamentos, ocasionando diversos prejuízos à saúde do usuário.

Alguns exemplos:

ü  O efeito da tetraciclina pode ser anulado pela ingestão com leite.
ü  Os anti-inflamatórios causam irritação no estômago, por isso devem ser administrados junto com as refeições.
ü  Alimentos gordurosos favorecem a dissolução da griseofulvina (antifúngico), aumentando sua absorção.
ü  A ingestão excessiva de açúcares em pacientes que fazem uso de antidiabéticos pode dificultar ou impedir a ação dos medicamentos.
ü  Pacientes hipertensos (pressão alta) devem diminuir o uso de sal nos alimentos.

IMPORTANTE: Prefira sempre tomar o medicamento com água, a menos que seu médico dê outra orientação.

Os medicamentos podem ser utilizados junto com plantas medicinais?

Se fizer o uso de chá a base de plantas medicinais ou fitoterápicos informe o seu médico, pois uma concepção muito comum na população é que estes não causam malefícios, o que é um engano. Não é indicado o uso de medicamentos com chás ou outros produtos à base de plantas medicinais, porque podem causar problemas sérios para o seu organismo. Além disso, os chás em geral diminuem os movimentos do estômago, o que pode interferir no processo de absorção do medicamento.

Exemplos:

ü  O uso de medicamentos à base de Hipérico (Hypericum perforatum) junto a anticoncepcionais pode diminuir sua atividade favorecendo a ocorrência de gravidez indesejada.
ü  O uso de Ginkgo (Ginkgo biloba) junto a varfarina ou ácido acetilsalicílico pode aumentar o efeito anticoagulante destes medicamentos, favorecendo a ocorrência de hemorragias.
ü  O uso de chá ou infusão de feijão tremoço junto com medicamento antidiabéticos pode potencializar o efeito e causar queda brusca da glicemia (hipoglicemia), podendo levar a coma ou óbito.


Qual a relação entre o uso de medicamentos e o trânsito?

Existem medicamentos que podem influenciar na capacidade de dirigir, afetar a coordenação motora, a percepção visual ou auditiva, o autocontrole, a percepção de perigo e o senso de responsabilidade.

Exemplos de medicamentos com risco sobre a capacidade de dirigir:

ü  Medicamentos oftálmicos (utilizar nos olhos)
ü  Tranquilizantes e sedativos (para os nervos)
ü  Anti-histamínicos (contra alergias)
ü  Antitussígenos (contra tosse)
ü  Anestésicos gerais e locais
ü  Anti-hipertensivos (para pressão alta)
ü  Antidepressivos (contra depressão)
ü  Neurolépticos (para problemas psicológicos)


Intoxicações por medicamentos

A intoxicação por medicamentos ocorre principalmente pelo seu uso acidental, em especial com crianças. Por isso, é muito importante armazenar esses produtos em locais seguros.

Há também outros casos de intoxicação:

ü  Pelo uso do medicamento de forma incorreta ou abusiva; erro de prescrição ou de administração; automedicação; e até mesmo com uso dos medicamentos de forma correta.
ü  Outra causa muito frequente é a tentativa de suicídio.

ü  Os medicamentos são a principal causa de intoxicação no Brasil.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Fosfoetanolamina

Distribuída pela USP de São Carlos por causa de decisões judiciais, a fosfoetanolamina, alardeada como cura para diversos tipos de câncer, não passou por testes em humanos necessários para se saber se é mesmo eficaz, e por isso não é considerada um remédio, como destaca a própria universidade. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes são desconhecidos. Tampouco se sabe qual seria a dosagem adequada para tratamento. Relatos de cura com o uso dessa substância não são cientificamente considerados prova de eficácia, já que não tiveram acompanhamento adequado de pesquisadores.

É necessária a avaliação de ensaios clínicos. Essa análise tem por finalidade atestar a eficácia e a segurança do produto que será registrado como medicamento no país. A venda ou distribuição de qualquer medicamento sem registro, fora do contexto de uma pesquisa clínica aprovada ou fora de qualquer outro programa de acesso à medicamentos experimentais, é uma prática irregular segundo os princípios de segurança adotados pelas principais agências reguladoras de medicamentos do mundo.


A Anvisa não recebeu qualquer pedido de avaliação para registro desta substância, tampouco pedido de pesquisa clínica, que é a avaliação com pacientes humanos. Isto significa que não há nenhuma avaliação de segurança e eficácia do produto realizada com o rigor necessário para a sua validação como medicamento.

“Não é um medicamento porque não tem registro no Brasil como medicamento, o problema é que a Justiça transformou em medicamento a partir do momento em que obrigou o laboratório a fornecer para as pessoas como medicamento. É o primeiro caso, no Brasil, em que você tem um produto experimental transformado à força em um medicamento por força da Justiça", afirmou Menegasso do CRF.


Com esse entendimento, cabe ao CRF fazer a vistoria. “Se você está falando de medicamento, existe a necessidade de ter farmacêutico, existe a necessidade de ter uma produção organizada, com controle de qualidade e todos os procedimentos, porque é um produto para uso humano”, explicou.

A vistoria foi realizada no último dia 28. Segundo Menegasso, os fiscais verificaram que não há boas práticas de produção, controle de qualidade, e farmacêutico responsável na fabricação e na dispensação, todos fatores obrigatórios, e a universidade terá de se adequar.


“Não temos o poder de interditar o laboratório. Por ser uma fiscalização administrativa, o que nós fazemos é a autuação, emissão de intimação dando um prazo imediato para a regularização, e comunicamos as autoridades, a Vigilância Sanitária, que têm o poder de exigir com outra propriedade a regularização”, disse Menegasso.