segunda-feira, 31 de março de 2014

Dieta rica em sal descarta cálcio do corpo


 Embora muitas pessoas ainda não saibam a diferença entre sal e sódio, é importante saber que não se deve ingerir sal demais... E nem de menos.
















Principalmente porque o sódio em excesso pode causar uma série de males à saúde.
E agora há mais uma evidência em favor desse cuidado: o sódio, quando deixa o corpo, leva consigo o cálcio. E isso abre o caminho para o desenvolvimento de pedras nos rins e osteoporose.


Sódio e cálcio no corpo

A relação epidemiológica já está bem documentada: uma dieta rica em sal está fortemente associada a casos de pedras nos rins e osteoporose.
Mas e o efeito causal? Será que é o excesso de sal que realmente causa essas condições? Se for, isso é feito diretamente ou indiretamente?
Isso era o que Todd Alexander e seus colegas da Universidade de Alberta, no Canadá, queriam descobrir. E eles descobriram uma importante ligação entre o sódio e o cálcio.
No corpo humano, os dois elementos são regulados pela mesma molécula. Quando a ingestão do sódio se eleva muito, o corpo cuida de descartar o excesso por meio da urina. O problema é que, ao fazer isso, o cálcio vai junto.



De vilã a auxiliar

Os problemas começam porque, ao contrário do sódio, o cálcio não estava em excesso.
E ele acaba fazendo falta no organismo, levando ao aparecimento de algumas condições graves, ou eventualmente colaborando para outras.
"Quando o corpo tenta se livrar do sódio pela urina, nossos resultados indicam que ele descarta junto o cálcio," confirma Alexander.
O lado bom da descoberta é que a mesma molécula que leva alhos com bugalhos pela urina - cálcio com sódio - passará a ser estudada como um eventual fármaco para combater a osteoporose e as pedras nos rins.


domingo, 30 de março de 2014

Algumas razões para não tomar pílulas para dormir

Benzodiazepínicos

Sabemos há muito tempo que não se deve tomar drogas hipnóticas por mais do que uma a três semanas, porque elas criam dependência e aumentam o risco de acidentes.

E agora há um crescente corpo de evidências mostrando que as drogas hipnóticas podem estar aumentando o risco de morte prematura.

Hipnóticos são medicamentos prescritos especificamente para ajudar as pessoas que sofrem de insônia a ter uma boa noite de sono. Isto inclui as pessoas que têm dificuldade para pegar no sono, bem como aquelas que lutam para não perder o sono no meio da noite.

Na classe de hipnóticos mais comumente receitados estão os benzodiazepínicos ou drogas estreitamente relacionadas a estes. Nesta classe de benzodiazepínicos estão o temazepam (Normison, Temaze), flunitrazepam (Hypnodorm) e nitrazepam (Mogadon).

Embora estes medicamentos sejam tipicamente prescritos para pessoas que sofrem de insônia, alguns outros benzodiazepínicos bem conhecidos, como o diazepam (Valium), oxazepam (Serepax) e alprazolam (Xanax) são prescritos também para ansiedade.


Problemas e mais problemas

Apesar das alegações em contrário, nenhum medicamento hipnótico oferece a mesma qualidade de sono que o sono natural. E há uma série de opções de tratamentos não-medicamentosos comprovados para a insônia, como técnicas de relaxamento simples, que são definitivamente melhores a longo prazo.

As drogas hipnóticas, por outro lado, são viciantes, entorpecem as habilidades cognitivas, aumentam o risco de fraturas de quadril por quedas e tornam outros acidentes mais prováveis, especialmente quando combinadas com álcool.

Elas também causam reações graves na abstinência, quando seu uso crônico é interrompido de repente. Tais reações incluem convulsões (com o risco de fraturas) mas, mais comumente, pioram a insônia (e muitas vezes a ansiedade), o que continua por semanas após a interrupção dos medicamentos.

Mas, apesar destes problemas, uma proporção suficientemente grande e estática da população (cerca de 6% a 10 % dos adultos) continua a tomar estes medicamentos durante longos períodos de tempo. E esta taxa aumenta entre as pessoas mais velhas, especialmente entre as mulheres.


Está ficando pior

Somando-se às já graves preocupações com essas drogas, agora há estudos alarmantes que associam todos os hipnóticos com o câncer e a morte prematura.
Mais recentemente, um estudo com mais de 10.000 pessoas com idade média de 54 anos, às quais foram receitados hipnóticos, descobriu que elas tiveram um aumento de três vezes ou mais do risco de morte em comparação com aquelas que não tomaram os medicamentos.
Os pesquisadores estimaram entre 300.000 a 500.000 as mortes em excesso a cada ano apenas nos Estados Unidos associadas ao uso dos medicamentos hipnóticos. E não importa que hipnótico seja examinado, o que inclui a atuação das novas drogas "Z", como zolpidem (Stilnox).
Este estudo bem realizado soma-se a mais de 20 outros associando estas drogas à morte prematura ou a um diagnóstico de câncer.
Mas, apesar das incertezas que subsistem [com relação a estes estudos], este é outro forte sinal para os médicos e para a comunidade para terem cuidado com o uso crônico de medicamentos hipnóticos.
Certamente não há nenhuma boa razão para o uso de hipnóticos a longo prazo. E há opções não medicamentosas eficazes para o tratamento da insônia que não são usadas com a frequência suficiente.

domingo, 23 de março de 2014

Sete formas de combater enxaqueca sem tomar medicamento

Exceto em casos de crise intensa e de problema crônico, a dor pode ser minimizada com medidas como compressa de gelo e ingestão moderada de cafeína.

A enxaqueca — dor de cabeça que pode vir acompanhada de uma série de sintomas, como náusea, vômito e sensibilidade à luz — atinge entre 2% e 3% da população brasileira. Entre essas pessoas, uma em cada dez sofre com a forma crônica do problema: crises em pelo menos metade dos dias de um mês. A enxaqueca é uma dor de cabeça primária, o que significa que ela não acusa uma doença séria de saúde, mas pode ser incapacitante ou prejudicial ao cotidiano das pessoas.

Não existe cura para a enxaqueca, como explica o neurologista Antônio Galvão, coordenador do departamento de dores da Academia Brasileira de Neurologia. "A única coisa que parece curá-la é a idade. Ainda não se sabe o motivo, mas, na maioria das vezes, as pessoas deixam de apresentar o problema conforme envelhecem, especialmente após os 60 anos", diz.  

Existem, porém, formas de diminuir a prevalência de crises e de atenuar as dores. "Quando as crises são intensas e o problema se torna crônico, os medicamentos são fundamentais. Em casos menos graves, muitas vezes é possível combater o problema sem a ajuda de remédios”, diz Galvão.


O primeiro passo para prevenir enxaqueca é identificar o fator que desencadeia as crises e evitá-los. Chocolate, vinho tinto e comidas gordurosas são causadores comuns do problema, mas isso não quer dizer que todo mundo precise evitar esses alimentos. "Cada pessoa apresenta um fator desencadeante. Um indivíduo pode ter crises quando come chocolate, mas não sente dor depois de tomar muito vinho, por exemplo”, explica o neurologista. Caso a crise se instale, há práticas aconselháveis para reduzir a dor — fazer compressas de gelo, deitar em um ambiente escuro e consumir (pouca) cafeína são algumas das principais.

Tais medidas evitam o excesso de analgésicos — e isso é benéfico, pois, quanto mais medicamentos do tipo uma pessoa toma, mais o seu corpo se tornará tolerante e dependente dele. Com isso, o indivíduo deixará de responder aos efeitos do medicamento e pode transformar a enxaqueca em um problema crônico.



Identifique e evite o que desencadeia a enxaqueca

Os motivos que desencadeiam a enxaqueca variam de acordo com a pessoa. Mas os mais comuns, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, são stress, jejum, má qualidade do sono, fatores genéticos e hormonais (como estar próximo à data da menstruação), excesso de cafeína ou analgésicos, sedentarismo, chocolate, álcool, além de alimentos gelados e gordurosos. "Isso não quer dizer que pessoas com enxaqueca terão crises devido a todos esses fatores", diz o neurologista Antônio Galvão, coordenador do departamento de dor da Academia Brasileira de Neurologia.

Tente desestressar

O stress é um importante fator que desencadeia e agrava a enxaqueca. Segundo o neurologista Antônio Galvão, a dor e o stress envolvem mecanismos cerebrais semelhantes e estão relacionados aos mesmos neurotransmissores, como a serotonina, que influencia o humor, o sono e o apetite. Por isso, processos cerebrais causados por uma situações de stress podem levar à enxaqueca.

Pratique atividade física

Além de ajudar a acalmar os nervos, praticar atividade física contribui para uma melhor vascularização no crânio, o que ajuda a evitar episódios de enxaqueca e atenuar as dores durante uma crise.

Durma para diminuir a dor

Dormir, deitar no escuro ou tomar qualquer outra medida para relaxar ajuda a atenuar as crises de enxaqueca, já que reduz o stress e, assim, interrompe ações do cérebro que desencadeiam a dor.

Consuma cafeína, mas não exagere

A cafeína tem efeito vasoconstritor, isto é, ajuda a contrair os vasos. Esse efeito atenua as dores da enxaqueca, pois, durante uma crise, os vasos sanguíneos do crânio se dilatam. "O excesso de cafeína, no entanto, pode desencadear um quadro de tolerância e dependência: os vasos se habituam à cafeína e, sem ela, se dilatam e provocam dores. Nesse caso, a pessoa precisa ingerir cada vez mais cafeína para compensar a dilatação", diz o neurologista Antônio Galvão. Segundo o médico, o ideal é não extrapolar o equivalente a três xícaras de café por dia.

Faça compressa de gelo

O gelo, assim como a cafeína, tem efeito vasoconstritor. Por isso, colocar gelo ou compressas de água gelada na cabeça durante uma crise de enxaqueca ajuda a atenuar as dores.

Saiba a hora de procurar um médico

Nem sempre é possível evitar ou controlar uma crise de enxaqueca – principalmente se as dores forem muito fortes ou se o problema for crônico (mais de quinze crises por mês). Nesses casos, a medicação é essencial tanto para diminuir o número de crises quanto para minimizar a dor. Segundo o neurologista Antônio Galvão, uma pessoa deve procurar um médico quanto apresenta pelo menos quatro crises de enxaqueca por mês.



segunda-feira, 10 de março de 2014

Insônia

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Tem dificuldades em dormir, em iniciar o sono, tem muitos despertares durante a noite, acorda mal-humorado, cansado, irritado, com dores no corpo, sentido que o sono não foi restaurador. A insônia pode acarretar uma diminuição da sensação de bem-estar durante o dia, caracterizada pela alteração do estado de ânimo e da motivação, diminuição da atenção, da energia, da concentração e aumento da sensação de fadiga. Poderá estar a ser afetado na sua vida por um dos transtornos do sono mais diagnosticado que prevalece em 30% da população – a insônia. A insônia é um sintoma e deve ser analisada sob três aspectos: Físico, Psicológico e social. Doenças físicas, assim como ansiedade, depressão e ingestão de bebidas alcoólicas podem ocasionar noites mal dormidas. Problemas familiares, econômicos e profissionais podem prejudicar o sono e a má qualidade do mesmo pode afetar o desempenho profissional, afetivo e sexual.
Estudos recentes comprovam que a privação do sono compromete seriamente o funcionamento humano, com evidências de que o humor é mais fortemente afetado. Apenas uma ínfima percentagem da população que sofre de insônia recebe tratamento adequado. Falta de conhecimento de hábitos saudáveis de sono e suas desordens são comuns entre os profissionais de saúde. A prescrição exacerbada de fármacos resulta de um desconhecimento sobre os tratamentos não farmacológicos.
O tempo necessário para um sono reparador varia de uma pessoa para outra. A maioria, porém, precisa dormir de sete a oito horas para acordar bem disposta. Pesquisas recentes sugerem que aqueles que consideram suficientes quatro ou cinco horas de sono por noite, na realidade, necessitariam dormir mais.

O que causa insônia? É um problema sério?
Muitas coisas podem causar insônia, como estresse, muita cafeína, depressão, ansiedade, mudança de hábitos e dores. A insônia não é considerada um problema sério de saúde, mas pode causar consequências importantes ao passo que pode desencadear cansaço, depressão, dificuldade de concentração, falta de energia, irritabilidade e sonolência durante o dia.  

Quantas horas de sono são realmente necessárias?
A maioria dos adultos necessita de cerca de 6-8 horas de sono durante cada noite, mas considera-se normal que o indivíduo durma menos de 6 horas caso não se sinta cansado pela manhã (ou seja, esteja obtendo um sono dito restaurador). O padrão de sono pode variar bastante no decorrer da vida, porém as pessoas com mais idade tendem a dormir menos horas durante a noite, mas tiram cochilos no decorrer do dia com maior frequência.


Recomendações

Algumas mudanças simples no estilo de vida podem ajudar a combater a insônia, mesmo quando ela for crônica:


* Limite o consumo de cafeína presente no café, chás, colas, chocolates, etc. Até a cafeína usada como ingrediente de alguns alimentos pode prejudicar o sono das pessoas mais sensíveis;
* Converse com seu médico sobre os remédios que esteja usando. Certos medicamentos descongestionantes podem ser tão estimulantes quanto à cafeína;
* Exercite-se regularmente, mas não perto da hora de dormir. Atividade física regular é essencial para quem sofre de ansiedade e ajuda a dormir melhor. No entanto, a prática de exercícios vigorosos à noite pode atrapalhar o sono;
* Estabeleça uma rotina para seu horário de dormir e de despertar. O relógio biológico responde melhor se habituado a horários regulares. Mesmo nos finais de semana, tente manter o esquema estabelecido para os dias úteis;
* Procure relaxar antes de ir para cama. Ouça música, leia um pouco, converse, assista a um filme. Lembre-se de que, depois de uma noite de sono reparador, as soluções para os problemas podem fluir melhor. Se nada disso resolver, vale a pena buscar ajuda profissional;


* Use técnicas de relaxamento. Progressivamente contraia e relaxe todos os músculos do corpo, começando pelos dedos dos pés e terminando na face. Massageie suavemente o couro cabeludo. Tente visualizar uma cena ou paisagem que lhe traga satisfação;
* Tome um banho morno. Deixe a água escorrer pelo corpo durante algum tempo, pois isso ajuda a relaxar os músculos tensos;
* Tome um copo de leite morno. O leite contém o aminoácido triptofano, que relaxa os músculos e induz o sono;
* Experimente ingerir chás à base de ervas como camomila, erva-doce, erva-cidreira, etc. Eles têm sido usados há séculos por pessoas que garantem sua ação relaxante;
* Certifique-se de que não há claridade no quarto e a temperatura é agradável. Mesmo pouca luz pode atrapalhar o sono de algumas pessoas.
* Use protetores nos ouvidos, se o barulho incomoda e não há como eliminá-lo;
* Escolha o colchão adequado para seu peso e altura. Colchões muito macios ou muito duros são contraindicados;
* Reserve a cama somente para dormir e para relações íntimas. Evite ler, ver TV, trabalhar e conversar no quarto;
* Relações sexuais são relaxantes. Após o orgasmo, as pessoas tendem a ficar sonolentas;
* Levante-se, se não conseguiu dormir depois de trinta minutos deitado. Ficar na cama acordado pode aumentar a ansiedade, a irritação e, consequentemente, a insônia. Procure distrair-se com alguma atividade tranquila e depois, mais cansado, volte para a cama e tente dormir. Repita o esquema, se necessário. Usando essa técnica, muitas pessoas conseguem reverter o processo.


domingo, 9 de março de 2014

Os estranhos sintomas dos distúrbios do sono

Dormir ou não dormir

Cada vez mais pessoas têm procurado ajuda médica devido a distúrbios do sono, mas algumas apresentam comportamentos mais exóticos.

Algumas se levantam para mandar mensagens de texto ou comer, enquanto outras chegam a manter relações sexuais enquanto dormem.
Embora os médicos ainda discutam se dormir oito horas por noite é algo natural ou social, distúrbios que impedem as pessoas de terem uma noite de sono saudável podem ter consequências mentais e físicas muito sérias, incluindo queda na imunidade e no desempenho cognitivo.
Além disso, pesquisas mostram que dormir bem torna as pessoas mais atraentes.
O que tem chamado a atenção dos médicos e especialistas, no entanto, não é só o aumento da incidência desses distúrbios, mas também a ocorrência de padrões de sono muito irregulares e comportamentos cada vez mais estranhos.
Veja alguns deles.


Envio de mensagens de texto

Cada vez mais pessoas estão enviando mensagens de texto a partir de seus celulares enquanto dormem, diz Kirstie Anderson, que gerencia o Departamento Neurológico do Sono do Serviço Nacional de Saúde britânico"É muito comum que as pessoas façam durante o sono coisas que fazem repetidamente durante o dia", explica a médica.
São atividades consideradas pelos especialistas como comportamentos indesejáveis que ocorrem durante o sono e podem ir desde um leve abrir de olhos intencional até sair da cama e dirigir um carro. No caso das mensagens de texto, a maioria não faz muito sentindo, diz a médica, acrescentando que a medicina ainda tem pouco conhecimento sobre a lógica que leva as pessoas a agirem dessa forma.

 

Síndrome Alimentar Noturna

Embalagens de alimentos vazias e uma cozinha bagunçada são cenários típicos para alguns sonâmbulos após acordarem. Pequenos lanches feitos pelas pessoas enquanto dormem em geral não são considerados um grande problema, mas casos extremos são categorizados como Síndrome Alimentar Noturna. Pessoas que sofrem do mal podem sair da cama e ir até a cozinha diversas vezes e não lembrar de nada ao acordar. Alguns acabam por aumentar de peso e outros chegam a correr o risco de se engasgarem com a comida enquanto dormem. E na maioria das vezes, diz Anderson, o distúrbio pode ser estimulado por um comportamento simples realizados horas antes. "Os sonâmbulos geralmente fazem coisas simples que acabam fazendo sentido, como comer devido a ter ido para a cama com fome ou ter feito dieta durante o dia", explica. Em casos mais complicados, as pessoas podem chegar a cozinhar uma refeição, entrando em um estado de semi-consciência, embora não se recordem de nada no dia seguinte, como um tipo de amnésia, diz Jim Horne, do Centro de Pesquisa do Sono da Universidade de Loughborough.


Sexo dormindo

"Sexsomnia" é o termo em inglês que descreve a condição de pessoas que fazem sexo dormindo - problema que tem chamado a atenção do público nos últimos anos. Até agora há poucas pesquisas médicas sobre o fenômeno, porém cada vez mais casos são descritos.
Eles podem se tornar mais frequentes em pessoas que sofrem de estresse ou consumiram álcool ou drogas. Variam de algumas carícias ao ato sexual completo - em alguns casos com consequências sérias. Idzikowski produz laudos em julgamentos que envolvem estupros e abuso sexual. Ele diz que essas desordens do sono são mais comuns no estágio de "sono pesado", quando a parte do cérebro responsável pela consciência e o raciocínio está desligada. Nessa fase, porém, a parte responsável pelas necessidades básicas, como o sexo, continuam funcionando.
"É comportamento instintivo, as pessoas não estão conscientes na hora", diz. "Quando você está em sono profundo o processo de decisão moral e racional não ocorre. Fico surpreso com os tipos de problemas de sono que as pessoas têm e frequentemente não fazem nada para obter ajuda".

Apneia

A parada na respiração em pessoas que estão dormindo é uma desordem chamada apneia.
Apesar de não ser um problema novo, um número crescente de pessoas vem procurando as clínicas em busca de tratamento. Especialistas dizem acreditar que tais estatísticas devem crescer ainda mais, na medida em que a obesidade é um dos fatores que contribuem para o problema.
Geralmente acompanhada do ronco, a apneia ocorre quando os músculos da garganta colapsam e bloqueiam as vias respiratórias. Após testes recentes realizados como parte de um programa da BBC sobre o tema, Paul Asbury, de King's Lynn, descobriu que parava de respirar por 26 segundos durante o sono. "Eu fiquei muito assustado quando soube", disse. "Fiquei em pânico em pensar que eu regularmente parava de respirar por todo esse tempo. Eu pensava que tinha apenas o problema de roncar, mas isso é muito mais sério". Essas pausas na respiração acordavam também um paciente de 47 anos, que não terá o nome revelado, mais de 50 vezes por hora em uma noite. Em casos extremos, esse número pode chegar a 80, segundo Idzikowski.
"O paciente frequentemente não se lembra de ter acordado. Isso acontece porque, nesse estado, o cérebro não fica totalmente conectado com o corpo. Assim, a pessoa está acordada, mas não sabe disso. Leva mais ou menos um minuto para o cérebro se reconectar com o corpo, causando a sensação do despertar. "O resultado é que os doentes ficam muito pouco tempo em sono profundo, que é a fase restauradora do ciclo do sono. De manhã eles se sentem incrivelmente cansados", afirma Idzikowski.



segunda-feira, 3 de março de 2014

Pegar friagem provoca resfriado?

Não beba gelado, filhinho! Não apanhe sereno! Não saia nesse frio, minha querida, vai pegar um resfriado! Agasalhe essa criança; ela pode ficar gripada. Feche a janela, olhe esse vento nas costas! Descalço no chão frio? Vá já calçar o chinelo!



Não há evidências de que exista associação entre a friagem (termo mais maternal para o choque térmico) e o resfriado. Em um dos mais famosos estudos a respeito, feito pela Escola de Medicina da Universidade Baylor, nos Estados Unidos, em 1968, os voluntários foram expostos ao vírus do resfriado comum e depois entraram em ambientes gelados ou quentes. Todos ficaram doentes e a temperatura não interferiu. Ah, mas você já pegou friagem e ficou doente? 

Coincidência, dizem os especialistas. "Sim, as pessoas ficam mais resfriadas no inverno. Mas é porque os vírus que causam problemas respiratórios estão mais ativos nessa época do ano. É a mesma coisa que o vírus da dengue. Ele está à toda no verão, porém ninguém fala que é o calor que provoca a doença.Certo, o frio não causa resfriado, mas pode provocar alergias e facilitar infecções. Quando a temperatura cai, geralmente o ar fica mais seco, o que afeta as mucosas do aparelho respiratório. E esse ressecamento compromete a produção de secreções com anticorpos para a defesa do organismo".

A partir dos anos 1950, foram realizadas diversas pesquisas para avaliar a influência da temperatura na incidência de gripes, resfriados e outras infecções das vias aéreas.
Nesses estudos, geralmente realizados nos meses de inverno rigoroso, os voluntários foram divididos em dois grupos: no primeiro, os participantes passavam o tempo resguardados em ambientes com calefação, sem se exporem à neve ou à chuva. No segundo grupo, os participantes eram expostos à chuva, à neve e aos ventos cortantes.
Nenhum desses trabalhos jamais demonstrou que a exposição às intempéries aumentasse a incidência de infecções respiratórias. Ao contrário, diversos pesquisadores encontraram maior frequência de gripes e resfriados entre os que eram mantidos em ambientes fechados.

Gripes, resfriados e outras infecções respiratórias são doenças infecciosas provocadas por agentes microbianos que têm predileção pelo epitélio do aparelho respiratório. Quando eles se multiplicam em nossas mucosas, o nariz escorre, tossimos, temos falta de ar e chiado no peito. A presença do agente etiológico é essencial; sem ele podemos sair ao relento na noite mais fria, chupar gelo, que não acontecerá nada, além de sentirmos frio.
A maior incidência de infecções respiratórias nos meses de inverno é explicada simplesmente pela tendência à aglomeração em lugares com janelas e portas fechadas para proteger do frio. Nesses ambientes mal ventilados, a proximidade das pessoas facilita a transmissão de vírus e bactérias de uma para outra.

A influência do ar condicionado na incidência de doenças respiratórias, entretanto, não segue a lógica anterior. A exposição a ele realmente favorece o aparecimento de infecções respiratórias agudas, mas não pelo fato de baixar a temperatura do ambiente (o ar quente exerce o mesmo efeito deletério), e sim porque o ar condicionado desidrata o ar e resseca o muco protetor que reveste as mucosas das vias aéreas. O ressecamento da superfície do epitélio respiratório destrói anticorpos e enzimas que atacam germes invasores, predispondo-nos às infecções.


É gripe?
Pare de culpar o frio e o picolé

E sorvete, causa resfriado?
Assim como a chuva, ele é só um bode expiatório: se você ficou doente é porque já estava com o vírus. O gelado intenso pode irritar a garganta, mas isso só acontece quando a pessoa já tem alguma infecção. E, se a inflamação for intensa, o sorvete pode diminuir a dor, como nas cirurgias de sisos ou amídalas.

Tomar vacina contra a gripe pode provocar a doença?
A vacina contra a gripe é feita de vírus inativados e sua característica é justamente não simular uma doença, como outros tipos de vacina. Se a pessoa ficou doente depois disso, é porque se contaminou com outro vírus que não estava na vacina (gripes e resfriados podem ser causados por vários deles).

Aliás, gripe e resfriado são a mesma coisa?
Não. Os dois provocam coriza e indisposição, mas a gripe tem sintomas muito mais agressivos, como febre alta, falta de ar, cansaço e dores intensas no corpo. Em alguns casos, pode levar à pneumonia e até à morte. 


Revista Super Interessante / Dr Drauzio Varella 

domingo, 2 de março de 2014

Associação de energéticos com álcool


Um relatório publicado recentemente vem alertar para o fato de muitas das chamadas bebidas energéticas possuírem ingredientes que exercem um efeito nocivo sobre a saúde dos adolescentes, especialmente quando misturadas com álcool.


As bebidas energéticas contêm cafeína e são promovidas pelos seus efeitos de melhoramento do desempenho, de fortalecimento do sistema imunitário e por produzirem uma alta em termos de adrenalina.


Publicado na “Pediatrics in Review”, com o título "Energy Drinks: What Teenagers (and Their Doctors) Should Know” (“Bebidas energéticas: o que os adolescentes (e os seus médicos) devem saber”), o relatório apresenta fatos comprovados relativamente ao conteúdo, benefícios, e riscos deste tipo de bebidas para os adolescentes.

O artigo refere que as bebidas energéticas mais conhecidas contêm elevadas quantidades de cafeína e outros estimulantes que potenciam os efeitos da cafeína. Uma bebida energética possui 160 mg de cafeína, ao passo que um café possui cerca de 100 mg. A cafeína exerce um efeito nocivo na saúde dos adolescentes como a desidratação, problemas digestivos, obesidade, ansiedade, insônia e taquicardia.    


Segundo Kwabena Blankson, especialista em medicina de adolescentes no Naval Medical Center in Portsmouth, Virginia, EUA, um adolescente não deveria consumir mais de 100 mg de cafeína por dia. Adicionalmente, outros ingredientes incluídos nas bebidas energéticas, como a taurina, o ginseng e o guaraná, potenciam os efeitos da cafeína.

Quando são misturadas com álcool, as bebidas energéticas apresentam ainda mais perigos para a saúde dos adolescentes, além do risco de abuso das mesmas. Uma vez que quem as consome não nota os efeitos do álcool, ficando o consumidor com a sensação de estar menos alcoolizado do que na realidade está. O consumo de uma bebida energética com álcool poderá ser o equivalente a uma garrafa inteira de vinho e muitos cafés.


O organismo sabe quando e que quantidade de álcool consome e emite um sinal sempre que a pessoa deve parar e descansar. Muitas pessoas tentam ignorar e ultrapassar estes sinais através do consumo de bebidas energéticas com álcool. Estas bebidas misturadas com álcool neutralizam a autorregulação que evita os exageros, atesta um estudo conduzido por Cecile Marczinski,  psicóloga da Northern Kentucky University, EUA.

Em 2011, aproximadamente 42% dos episódios nas urgências nos EUA estavam relacionados com o consumo de bebidas energéticas misturadas com álcool ou medicamentos.

Kwabena Blankson conclui que as bebidas energéticas possuem demasiada cafeína e outros aditivos acerca dos quais não existe ainda muita informação. O clínico aconselha, portanto, a adoção de outras formas para promover a energia, como seguir uma alimentação saudável, praticar exercício físico e dormir o número de horas necessárias.