terça-feira, 20 de outubro de 2015

OUTUBRO ROSA

 Exame de sangue pode descobrir câncer de mama com 5 anos de antecedência


O câncer de mama mata mais de meio milhão de mulheres todos os anos e um dos principais fatores que causam o óbito é o diagnóstico tardio da doença, que torna a cura mais difícil. Mas no que depender de pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, isso está prestes a mudar.

Hoje, além do auto-exame preventivo, as mulheres podem identificar os primeiros sinais do câncer por meio de mamografias e exames de ultrassom. Contudo, além de serem exames caros e que dificilmente estão disponível à população menos abastada, esses métodos não garantem precisão de 100%. Há nada menos que vinte anos, esses pesquisadores vêm buscando uma forma de identificar no sangue mudanças que estejam relacionadas à presença do câncer no organismo. E a boa notícia é que eles conseguiram.


Segunda essa pesquisa dinamarquesa, além de descobrir sobre a doença,o exame é ainda mais preciso que uma mamografia: pode prever até 5 anos antes do câncer se desenvolver e ainda tem um nível de precisão de 80%,enquanto quer os exames de mamografia são de 75% e só depois que a pessoa já desenvolveu a doença.

A descoberta desses pesquisadores se deve ao desejo de quererem encontrar uma melhor opção para o rastreamento do câncer de mama que não só fosse mais preciso, mas também resolvesse o problema de falsos positivos que tem assombrado a mamografia há anos.

No ano passado, um estudo envolvendo 13.000 mulheres descobriu que o rastreio através de mamografia perde mais de 2.000 casos de câncer de mama por ano só no Reino Unido, enquanto falsamente alertava outras mulheres sobre a doença.

Para testar a eficácia do novo exame de sangue, os pesquisadores dinamarqueses observaram 57.000 participantes ao longo de 20 anos, recolhendo amostras de sangue ao longo do caminho. Ao final, 800 mulheres foram divididas em dois grupos: aquelas que permaneceram saudáveis durante todo o processo, e aquelas que desenvolveram câncer de mama no prazo de sete anos depois da primeira amostra de sangue –  as suas amostras de sangue foram comparadas e os seus perfis metabólicos construídos.
exame de sangue pode descobrir câncer de mama

Os pesquisadores foram capazes de prever, com precisão de 80%, os pacientes que seriam afetados pela doença, só de olhar para os perfis metabólicos construídos a partir de amostras de sangue dos participantes. Claro que a precisão de 100% é sempre melhor, mas a grande vantagem deste teste é que dá as mulheres em risco um avanço no combate à doença.

A detecção precoce é fundamental para o câncer de mama – se você descobri-lo no estágio 2, você tem de 93 a 100% de chance de sobreviver à doença, que cai para 72% no estágio 3, e para 22% na fase 4. Através da construção de um perfil metabólico para cada paciente que se submete ao teste, o potencial está lá para prever toda uma série de outras doenças também.
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Essa é a função do exame de sangue: ajudar a prevenir futuros possíveis cânceres de mama, tornando o combate e sobrevivência para cada mulher próximo de 100%. Boa notícia para o outubro rosa, hein?


Bibliografia:
http://awebic.com/saude/exame-de-sangue-pode-ser-o-futuro-no-diagnostico-de-cancer-de-mama/
http://www.hypeness.com.br/2015/10/novo-exame-de-sangue-poderia-detectar-cancer-de-mama-com-antecedencia-e-ser-mais-eficaz-que-mamografia/

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Esclarecimento sobre a substância fosfoetanolamina estudada pela USP

            

A Universidade de São Paulo (USP) foi envolvida, nos últimos meses, na polêmica do uso de uma substância química, a fosfoetanolamina, anunciada como cura para diversos tipos de cânceres. Por liminares judiciais, a Universidade foi obrigada a fornecer o produto para os que a solicitam. Em respeito aos doentes e seus familiares, a USP esclarece: A substância foi estudada de forma independente pelo Prof. Dr. Gilberto Orivaldo Chierice, outrora ligado ao Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros e já aposentado. 
         
    Esses estudos independentes envolveram a metodologia de síntese da substância e contaram com a participação de outras pessoas, inclusive pessoas que não têm vínculo com a Universidade de São Paulo.Chegou ao conhecimento do IQSC que algumas pessoas tiveram acesso à fosfoetanolamina produzida pelo citado docente (e por ele doada, em ato oriundo de decisão pessoal) e a utilizaram para fins medicamentosos. A Universidade de São Paulo, ademais, não possui o acesso aos elementos técnico-científicos necessários para a produção da substância, cujo conhecimento é restrito ao docente aposentado e à sua equipe e é protegido por patentes.
Essa substância não é remédio e não existe demonstração cabal de que tenha ação efetiva contra a doença: a USP não desenvolveu estudos sobre a ação do produto nos seres vivos, muito menos estudos clínicos controlados em humanos. O Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros não apresentou as licenças e registros que permitam a produção da fosfoetanolamina para fins medicamentosos. Sendo assim, a distribuição dessa substância fere a legislação federal,não sendo autorizado o uso dessa substância pela Anvisa ;
Cápsulas de fosfoetanolamina sintética produzidas na USP de São Carlos (SP) (Foto: Stefhanie Piovezan/G1)

        Além disso, não foi respeitada a exigência de que a entrega de medicamentos deve ser sempre feita de acordo com prescrição assinada por médico em pleno gozo de licença para a prática da medicina. Cabe ao médico assumir a responsabilidade legal, profissional e ética pela prescrição, pelo uso e efeitos colaterais – que, nesse caso, ainda não são conhecidos de forma conclusiva – e pelo acompanhamento do paciente.
Portanto, não se trata de detalhe burocrático o produto não estar registrado como remédio – ele não foi estudado para esse fim e não são conhecidas as consequências de seu uso.

                                                   







É compreensível a angústia de pacientes e familiares acometidos de doença grave. Nessas situações, não é incomum o recurso a fórmulas mágicas, poções milagrosas ou abordagens inertes. Não raro essas condutas podem ser deletérias, levando o interessado a abandonar tratamentos que, de fato, podem ser efetivos ou trazer algum alívio. Nessas condições, pacientes e seus familiares aflitos se convertem em alvo fácil de exploradores oportunistas.
                                                    

A USP não é uma indústria química ou farmacêutica. Não tem condições de produzir a substância em larga escala, para atender às centenas de liminares judiciais que recebeu nas últimas semanas. Mais ainda, a produção da substância em pauta, por ser artesanal, não atende aos requisitos nacionais e internacionais para a fabricação de medicamentos.
Por fim, a substância fosfoetanolamina está disponível no mercado, produzida por indústrias químicas, e pode ser adquirida em grandes quantidades pelas autoridades públicas. Não há, pois, nenhuma justificativa para obrigar a USP a produzi-la sem garantia de qualidade.
Os mandados judiciais serão cumpridos, dentro da capacidade da Universidade. Ao mesmo tempo, a USP está verificando o possível envolvimento de docentes ou funcionários na difusão desse tipo de informação incorreta. Estuda, ainda, a possibilidade de denunciar, ao Ministério Público, os profissionais que estão se beneficiando do desespero e da fragilidade das famílias e dos pacientes.
Nada disso exclui, porém, que estudos clínicos suplementares possam ser desenvolvidos no âmbito desta Universidade, essencialmente dedicada à pesquisa e à ciência.O Instituto de Química de São Carlos lamenta quaisquer inconvenientes causados às pessoas que pretendiam fazer uso da fosfoetanolamina com finalidade medicamentosa. Porém o IQSC não pode se abster do cumprimento da legislação brasileira e de cuidar para que os frutos das pesquisas aqui realizadas cheguem à sociedade na forma de produtos comprovadamente seguros e eficazes.


Bibliografia :