As vacinas agem
estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos, que podem combater
doenças infecciosas, tornando o indivíduo imune às mesmas.
1. Como funcionam as imunizações?
As imunizações têm como objetivo
estimular o organismo a produzir anticorpos contra determinados microrganismos,
principalmente bactérias e vírus. O nosso sistema imunológico cria anticorpos
específicos sempre que entra em contato com algum corpo estranho. Ao entramos
em contato com o vírus da rubéola, por exemplo, ficamos doentes apenas uma vez,
pois o corpo produz anticorpos que impedem que o vírus volte a nos infectar no
futuro.
A lógica da vacina é tentar
estimular o organismo a produzir anticorpos sem que ele precise ter ficado
doente antes. Tentamos apresentar ao sistema imune, a bactéria ou vírus de
forma que haja produção de anticorpos, mas não haja desenvolvimento da doença.
Geralmente uma vacina age apenas
contra um único microrganismo. Por exemplo, a vacina contra o sarampo não
protege o paciente contra catapora e vice-versa. Porém, já existem vacinas
conjuntas, que são na verdade duas ou mais vacinas dadas em uma única
administração, como a vacina tríplice viral, que é composta por três vacinas em
uma única injeção: sarampo, rubéola e caxumba. O sistema imune é estimulado
simultaneamente contra esses três vírus. Mas nem toda vacina pode ser dada em
conjunto.
2. Tipos de vacinas e imunizações
Às vezes, basta expor o organismo à
bactéria ou ao vírus mortos para haver produção de anticorpos e tornar o
paciente imune a este microrganismo. Porém, nem todos os vírus ou bactérias
mortos são capazes de estimular o sistema imune, fazendo com que tenhamos que
buscar outras soluções para imunizar o paciente.
O grau de maturidade do sistema
imunológico também é importante. O ideal seria podermos dar logo todas as
vacinas ao recém-nascido. Infelizmente isso não funciona. O nosso sistema imune
precisa de tempo para se desenvolver e ser capaz de gerar anticorpos quando estimulados
pela vacinação.
Imunização ATIVA
·
> Vacinas
inativadas
As vacinas inativadas são aquelas
feitas com microrganismos mortos ou apenas partes deles. Estas são as mais
seguras, porém costumam apresentar uma capacidade de imunização mais baixa,
sendo necessárias mais de uma dose para criar uma proteção prolongada. Em
alguns casos a imunização desaparece após alguns anos, sendo necessária a
aplicação de doses de reforço.
Muitas vezes não é preciso expor o
sistema imune a todo vírus ou bactéria. Em alguns casos, uma única proteína do
microrganismo é tão diferente das nossas proteínas que é suficiente para o
sistema imunológico reconhecê-la como algo estranho, produzindo anticorpos
eficientes contra o invasor.
· > Vacinas
vivas atenuadas
Há casos em que não
conseguimos induzir a produção de anticorpos pelo sistema imune a não ser que o
mesmo seja exposto ao germe vivo. Neste caso, a opção é manter o vírus ou
bactérias vivos, mas atenuados, ou seja, fracos o suficiente para não
conseguirem causar sintomas relevantes.
As vacinas com microrganismos
vivos são seguras em pacientes sadios, mas não devem ser dadas a pessoas com
deficiência no sistema imune, como transplantados, pacientes com AIDS,
pacientes em uso de drogas imunossupressoras ou pacientes em quimioterapia.
Este grupo apresenta elevado risco de desenvolver a doença se tomarem a vacina. As grávidas também não
podem tomar vacinas com vírus vivos, pois há riscos de infecção do feto e
complicações da gestação.
Como as vacinas com microrganismos
vivos são o que há de mais próximo com uma infecção real, elas costumam ser os
melhores estimulantes para a produção de anticorpos pelo sistema imune. Este
tipo de vacina costuma utilizar apenas uma ou duas doses e produz uma imunização
por muitos anos, às vezes para o resto da vida.
· > Toxoides
Algumas vezes o que causa doença não
é a bactéria em si, mas sim algumas toxinas que a mesma produz. Neste caso, a
vacina não precisa ser direcionada contra a bactéria, basta que o sistema imune
consiga ter anticorpos contra as toxinas.
Os toxoides são vacinas feitas com
toxinas modificadas, incapazes de causar doença. Eles também costumam gerar uma
imunização fraca, necessitando de reforço após alguns anos.
Exemplos de vacinas
com toxoides: Tétano e Difteria.
Imunização PASSIVA
· > Imunoglobulinas
As imunoglobulinas são um tipo de imunização
diferente das vacinas, pois elas próprias já são os anticorpos. Diferentemente
das vacinas, que induzem o sistema imune a produzir anticorpos.
Quando exposto a determinado microrganismos,
o sistema imune pode levar algumas semanas para produzir anticorpos em
quantidade adequada para combatê-lo. Em alguns casos, a doença é tão agressiva
que não temos tempo de esperar a produção destes anticorpos. Assim surge a
necessidade de usarmos as imunoglobulinas, que são anticorpos previamente
formados por outras pessoas ou animais. Pegamos anticorpos já formados por
outros e administramos no paciente, havendo imediato combate à infecção.
As imunoglobulinas causam uma imunização
curta, suficiente apenas para tratar a infecção. O paciente não fica imunizado
por tempo prolongado, sendo necessária a administração de uma vacina após o
controle da doença. Por exemplo, um profissional de saúde não vacinado contra a
hepatite B que acidentalmente se fure com uma agulha infectada precisa tomar a
imunoglobulina e a vacina para não se infectar. A imunoglobulina impedirá a
infecção atual enquanto que a vacina servirá, neste caso particular, apenas
para preveni-lo de futuras contaminações.
Exemplos de doenças
que podem ser tratadas com imunoglobulinas (anticorpos): Catapora, Difteria,
Hepatite B, Raiva, Sarampo e Tétano.
3. Tomar a mesma vacina mais de uma vez faz mal?
Muitas pessoas ficam confusas quando
perdem o cartão de vacinação, pois têm medo de tomar uma vacina que já tenha
sido administrada no passado. Não há nenhum problema em repetir vacinas. Muitas
delas, aliás, precisam ser reforçadas de tempos em tempos, como as vacinas para
tétano, febre amarela e difteria, que perdem efeito após 10 anos.
Se houver dúvida quanto a imunização
prévia em relação a uma doença, o melhor é vacinar. Se o paciente já tiver
tomado a vacina anteriormente, isso não fará mal. Pior é deixar o paciente não
imunizado e exposto à infecção.
O ÚNICO CUIDADO que se deve ter
é não administrar a mesma vacina com intervalos de poucos
dias, principalmente se for vacina com microrganismos vivos, pois
não há aumento da eficácia e o risco de efeitos colaterais fica muito elevado.
http://www.minutofarmacia.com.br/postagens/2015/03/01/como-funcionam-as-vacinas/
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