sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Senado libera venda de inibidores de apetite à base de anfetamina

Os medicamentos inibidores de apetite à base de anfetaminas e que atuam no sistema nervoso central, como o femproporex, mazindol e anfepramona na fórmula, poderão voltar a ser vendidos, produzidos, manipulados e usados por pacientes brasileiros. O Senado aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDS) 52/2014, que suspende uma resolução de 2011, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), proibindo a comercialização dos inibidores.


Ainda não se sabe quando os medicamentos voltam a ser vendidos, porque os registros desses inibidores de apetite foram cancelados há três anos. Esses fármacos podem voltar ao mercado depois que os laboratórios conseguirem um novo registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a qual diz que esses medicamentos oferecem mais riscos do que benefícios Essa autorização leva no mínimo seis meses. O diretor da ANVISA, que está no Japão, disse que os medicamentos precisarão ser reavaliados antes de voltarem às farmácias. A ANVISA vai ter que criar uma nova norma para regulamentar a venda dessas substâncias.

A proibição, em 2011, gerou polêmica entre a ANVISA e algumas entidades médicas favoráveis ao uso das anfetaminas. Na nova decisão, o Senado argumentou que a ANVISA extrapolou as funções dela quando proibiu a venda dos inibidores.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária reagiu à decisão do Senado, de liberar medicamentos para emagrecer à base de anfetaminas. A ANVISA quer que esses inibidores de apetite passem por uma nova análise. Já a sibutramina, que aumenta a sensação de saciedade, continuou permitida, porém, sua comercialização é somente com uma receita especial.

Segundo o neurologista Ronaldo Maciel, o uso indiscriminado desses inibidores pode causar efeitos colaterais, como alterações de humor, insônia e depressão. Ele defende um uso equilibrado, um maior bom senso e maior rigor de controle dessa prescrição para que não ocorra o uso indiscriminado, irracional e abusivo que estava havendo até a proibição da ANVISA.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, a liberação vai assegurar um tratamento melhor. O endocrinologista João Lindolfo ressalta que qualquer que seja a medicação, pode ter um efeito colateral. Há uma necessidade de averiguar quem vai prescrever e por quanto tempo vai usar. Mas os benefícios são muito grandes.


O diretor-presidente da ANVISA, Dirceu Barbano, diz ainda que os responsáveis irão discutir na diretoria colegiada uma proposição de que o retorno desses produtos para o mercado esteja condicionado a apresentação de dados pelas empresas que comprovem esse perfil de segurança e eficácia. E se não for feito dessa natureza, no nosso entendimento esses produtos não podem voltar para o mercado.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Outubro rosa

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres. No mês mundial de conscientização sobre a doença, tire 13 dúvidas sobre ela, com explicações dos seguintes profissionais do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
1 - O que causa o câncer de mama?
Na maioria dos casos de câncer de mama, não há uma causa específica. Há alguns fatores que estão associados ao aumento do risco de desenvolver a doença. A própria idade é um deles, pois a chance aumenta na medida em que se envelhece. Menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade (não ter filhos), primeiro filho em idade avançada, não amamentação e uso de terapia de reposição hormonal são fatores associados ao risco. Consumo excessivo de álcool, obesidade na pós-menopausa e sedentarismo também. Os fatores hereditários são responsáveis por menos de 10% dos cânceres de mama. O risco é maior quando os parentes acometidos são de primeiro grau (pai, mãe, irmãos, filhos).

2 - Atinge homens em que proporção?
O câncer de mama em homens é raro. Estima-se que, do total de casos da doença, apenas 0,8% a 1% ocorram em pessoas do sexo masculino.

3 - Existe algum sintoma além de caroço no seio?
A forma mais habitual é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor. Outros sinais e sintomas menos frequentes são edemas semelhantes à casca de laranja, irritação ou irregularidades na pele, dor, inversão ou descamação no mamilo e descarga papilar (saída de secreção pelo mamilo). Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.


4 - É sempre possível notar a doença por meio do toque nos seios?
Não, a patologia tem uma fase em que as lesões são do tipo não palpáveis. Por isso, é importante a realização de exames de imagem na faixa etária de maior risco.

5 - Segundo o Inca, o autoexame não é estimulado como medida de detecção. Por quê?
Considerando as evidências atualmente disponíveis, não se pode recomendar ou fomentar o ensino do autoexame como método de rastreamento. Também não foi evidenciada diminuição da mortalidade por câncer de mama com o uso do autoexame. Entretanto, o Inca destaca a importância de que a mulher esteja atenta ao seu corpo e à saúde das mamas. A recomendação é que, diante da observação de qualquer alteração ou mudança nas mamas, busque imediatamente a avaliação de um médico.
6 - Prótese de silicone nos seios pode levar à doença?
Não há evidência científica de que exista associação entre implantes mamários de silicone e o risco de desenvolvimento de câncer de mama.

7 - Como é o tratamento de câncer de mama?
O tratamento é multidisciplinar, ou seja, deve incluir a opinião de vários especialistas médicos, como o mastologista, o radiologista, o oncologista clínico, o radioterapeuta, assim como enfermeira especializada, psicóloga, fisioterapeuta e assistente social. Habitualmente, o tratamento pede cirurgia e é complementado pela radioterapia e quimioterapia/hormonioterapia.

8 - Quais são as chances de cura de câncer de mama?
Quando diagnosticado precocemente, há até 95% de chance de cura. Por isso, é importante que toda mulher de 50 a 69 anos faça mamografia a cada dois anos.

10 - Quais alimentos ajudam a prevenir a doença?
Os de origem vegetal: frutas, legumes, verduras e leguminosas (como feijão, lentilha, grão-de-bico). Têm o poder de inibir a chegada de compostos cancerígenos às células e, ainda, consertar o DNA danificado quando a agressão já começou. Se a célula foi alterada e não foi possível consertar o DNA, alguns compostos promovem a morte delas, interrompendo a multiplicação desordenada.
A ideia de que determinado alimento é bom para tal tipo de câncer não se aplica. Tem de haver sinergismo entre os compostos, o que ajuda em todos os tipos da doença. Por isso, é importante variar a alimentação ao máximo. A recomendação é consumir, no mínimo, 400g por dia de vegetais, sendo 2/5 de frutas e 3/5 de legumes e verduras. Cada porção equivale a uma quantia que caiba na palma da sua mão, do produto picado ou inteiro, totalizando 80g.

11 - O que não se deve comer para ajudar na prevenção?
Entre os alimentos prejudiciais estão os embutidos, que apresentam grande quantidade de sal, nitritos e nitratos. Os conservantes em contato com o suco digestivo do estômago se transformam em compostos cancerígenos. Evite ao máximo comê-los, mas o ideal é que não sejam consumidos.
Limite carne vermelha a 50g semanais. A forma de preparo dos alimentos, especialmente das carnes (de qualquer tipo), pode influenciar. Os feitos na chapa ou fritos trazem malefícios, porque a exposição a altas temperaturas também atua na formação de compostos cancerígenos. Prefira levá-los ao forno ou usá-los em ensopados. Se quiser grelhar, opte pelo pré-cozimento. O churrasco também eleva os riscos. Além da temperatura alta, a fumaça do carvão tem dois componentes cancerígenos (alcatrão e hidrocarboneto policíclico aromático), que impregnam na refeição.

12 - Qual é a importância da amamentação?
Amamentar diminui entre 10% e 20% os riscos de a mãe ter a doença. Enquanto o bebê suga o leite, o movimento promove uma espécie de esfoliação do tecido mamário por dentro. Assim, se houver células agredidas, são eliminadas e renovadas. Quando termina a lactação, várias células se autodestroem, entre elas algumas que poderiam ter lesões no material genético. Outro benefício é que as taxas do hormônio feminino estrogênio caem durante o período de aleitamento.
13 - Pílula anticoncepcional aumenta o risco da doença?
Existem estudos que demonstram fraca relação de causalidade entre pílula anticoncepcional e risco da doença, enquanto outros demonstram alguma relação.