terça-feira, 11 de abril de 2017

Como evitar os agravamentos da ENDOMETRIOSE?

O que é endometriose?

Endometriose é uma doença ginecológica feminina causada pelo aparecimento de fragmentos do endométrio em diferentes partes do útero e da região pélvica, tubas uterinas, intestino, bexiga e outros órgãos. Essa deslocalização do tecido endometrial pode gerar distúrbios, como cólicas menstruais excessivas, dores nas relações sexuais ou pode passar despercebido pela paciente, dificultando a procura por diagnóstico.
            A frequência de acometimento da doença é maior na faixa de idade pós menopausa, mas também ocorre significativamente em mulheres com idade reprodutiva. Sua causa pode se dar por fatores genéticos, ambientais, imunológicos e hormonais.


                                                                                     fonte: Fabiana Scaranzi

Como surge a doença?

Teorias abordam que a causa dessa implantação endometrial atípica é um influxo de sangramento menstrual para as trompas, e outros órgãos da cavidade pélvica. Apesar de praticamente todas as mulheres possuírem essa menstruação retrógrada, fatores predisponentes seja imunológico ou tóxico, favorecem o desenvolvimento da doença somente em parte da população feminina.
            A endometriose é uma doença estrogéno-dependente, portanto, a ingestão de alimentos que favoreçam a excreção de estrôgenio pode aumentar a possibilidade de desenvolvimento da doença. Uma dieta balanceada pobre em gorduras, pode evitar o excesso de prostaglandinas no organismo, diminuindo a dor e a inflamação pélvica.

fonte: minhavida

Quadro clínico e Diagnóstico

            O quadro clínico pode ser assintomático, o que dificulta a procura por diagnóstico, sendo constatado apenas após descobrimento de infertilidade.  A endometriose pode ser classificada em leve, moderada e grave de acordo com o órgão e a extensão que atinge. Uma forma um pouco mais grave apresenta dores pélvicas intensas, com cólicas menstruais e dores durante a relação sexual, aumento do volume ovariano sendo características próprias da endometriose.
            O diagnóstico é feito através de exame por imagem e laboratoriais, mas o que tem maior grau de precisão é a laparoscopia, que já é uma intervenção cirúrgica.


Classificação

A classificação mais comumente usada é a revisada pela “American Society of Reproductive Medicine” (ASRM) que consiste em 4 estágios e leva em consideração o tamanho, a profundidade e a localização dos implantes endometrióticos e a gravidade das aderências. Porém esses estagios não estão correlacionados com o nível de dor, uma vez que a dor é associada a profundidade em que está a profundidade do implante.

Estágio 1 (doença mínima): implantes isolados e sem aderências significativas;
Estágio 2 (doença leve): implantes superficiais com menos de 5 cm, sem aderências significativas;
Estágio 3 (doença moderada): múltiplos implantes, aderências peritubáricas e periovarianas evidentes;
Estágio 4 (doença grave): múltiplos implantes superficiais e profundos, incluindo endometriomas, aderências densas e firmes

Tratamento


A escolha do tratamento depende de vários fatores além do estágio em que a endometriose foi descoberta, também deve-se levar em consideração o desejo que a mulher tem de engravidar e a idade da paciente. Para o tratamento desta doença há várias formas de tratamento que podem ser medicamentosos, cirúrgico ou uma a combinação de ambos.
O tratamento medicamentoso tem como objetivo reproduzir na paciente uma pseudogravidez, pseudomenopausa ou anovulação crônica, através da manipulação hormonal. Para mulheres com infertilidade não convém um tratamento hormonal, pois nestes estudos mostram que os medicamentos não são efetivos. Os casos cirúrgicos são indicados para infertilidades no estágio 1 e 2, quando for necessário a laparoscopia deve ser retirado a maior quantidade possível de focos da endometriose.
Os fármacos comumente usados são:

·         ACOs:  etinilestradiol 0,03 mg + levonorgestrel 0,15 mg: comprimidos ou drágeas.
·         Acetato de medroxiprogesterona: comprimidos de 10 mg; suspensão injetável de 50 e 150 mg/mL.
·         Danazol: cápsulas de 100 e 200 mg.
·         Análogos do GnRH:
·         - Gosserrelina: seringa preenchida com dose única de 3,6 mg ou 10,8 mg.
·         - Leuprorrelina: frasco-ampola com 3,75 mg ou 11,25 mg.
·         - Triptorrelina: frasco-ampola com 3,75 mg ou 11,25 mg.

                                                                  fonte: comofazer.org

NOTIFICAÇÃO
Você sabia que quando você toma um medicamento e tem uma reação adversa (uma resposta indesejada do seu corpo ao medicamento) você deve notificar, ou seja, comunicar a ANVISA ou a um Centro de Farmacovigilância?
Essa atitude é muito importante, pois a indústria que produz o remédio vai passar a ter conhecimento do que este está causando no paciente, e se irá retirar o medicamento do mercado ou não, caso o número de reações estejam aumentando (o que mostra que ele está causando mal a nós e não resolvendo nosso problema de saúde).
O mesmo deve ser feito quando você compra, por exemplo, uma caixinha de medicamentos e um deles vem quebrado ou com uma cor diferente.
Conheça o CEFAL (Centro de Farmacovigilância da Universidade Federal de Alfenas) e um pouco mais sobre a notificação.
Notifique!





Referências Bibliográficas:

BRASIL. Ministerio da saúde: Secretaria de atenção á saúde. Portaria Nº 879, de 12 de julho de 2016. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas endometriose.

 NACUL. A. P.; SPRITZER P. M.  Aspectos atuais do diagnóstico e tratamento de endometriose. Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Porto Alegre, Brasil. Rev Assoc Med Bras 2011; 57(4):456-461

PATRICK BELLELIS1, SERGIO PODGAEC2, MAURÍCIO SIMÕES ABRÃO. Fatores ambientais e endometriose.  Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. Rev Assoc Med Bras 2011; 57(4):456-461