terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Insônia e o uso de benzodiazepínicos


Sabe-se que cerca de 33% a 50% da população sofre de insônia em algum momento da sua vida. A insônia é definida como a dificuldade em iniciar ou manter o sono ou mesmo a percepção de sono não reparador, combinada com consequências adversas durante o dia, como fadiga excessiva, queda do rendimento e mudança de humor.
Insônia depende da quantidade ou qualidade de sono insatisfatória. Mesmo que o número de horas de sono não esteja reduzido, a maioria dos insones sente fadiga, cansaço, ardência nos olhos, irritabilidade, ansiedade, fobias, dificuldade de concentração, atenção e memória, mal-estar e sonolência.
Relembremos duas definições para facilitar a compreensão do texto: Latência do sono é o tempo que um indivíduo demora para dormir. Eficiência do sono é o tempo que permanece dormindo dividido pelo tempo em que ficou na cama.


Uma breve revisão sobre a classe de ansiolíticos: os benzodiazepínicos (BDZ)

Os benzodiazepínicos foram amplamente prescritos no tratamento dos transtornos ansiosos durante toda a década de 70, como uma opção segura e de baixa toxicidade. A empolgação inicial deu lugar à preocupação com o consumo ao final da mesma década: pesquisadores começavam a detectar potencial de uso nocivo e risco de dependência entre os usuários de tais substâncias.
Atualmente, os BDZs ainda possuem indicações precisas para controle da ansiedade e como tratamento adjuvante dos principais transtornos psiquiátricos, mas continuam sendo prescritos de modo indiscriminado, tanto por psiquiatras quanto por médicos de outras especialidades.
Estima-se que 50 milhões de pessoas façam uso diário de benzodiazepínicos. A maior prevalência encontra-se entre as mulheres acima de 50 anos, com problemas médicos e psiquiátricos crônicos. Os benzodiazepínicos são responsáveis por cerca de 50% de toda a prescrição de psicotrópicos.
Atualmente, um em cada 10 adultos recebem prescrições de benzodiazepínicos a cada ano, a maioria desta feita por clínicos gerais. Estima-se que cada clínico tenha em sua lista 50 pacientes dependentes de benzodiazepínicos, metade destes gostariam de parar o uso, no entanto 30% pensam que o uso é estimulado pelos médicos.
Os benzodiazepínicos são altamente lipossolúveis, o que lhes permite uma absorção completa e penetração rápida no SNC, após a ingestão oral.
Apesar de geralmente bem tolerados, os BDZs podem apresentar efeitos colaterais, principalmente nos primeiros dias. Desse modo, os pacientes devem ser orientados a não realizarem tarefas capazes de expô-los a acidentes, tais como conduzir automóveis ou operar máquinas.


Benzodiazepínicos mais utilizados para insônia

Os benzodiazepínicos mais utilizados são o Clonazepam, Diazepam, Estazolam, Temazepam, Triazolam e Flurazepam. O Midazolam, que apresenta uma meia vida curta, bem como os outros fármacos com estas características, está associado à dependência, rápida tolerância e rebote. Desta forma, a prescrição para pacientes com insônia crônica não é indicada.

Mecanismo de ação dos benzodiazepínicos na insônia

Os benzodiazepínicos atuam nos receptores benzodiazepínicos, sobretudo do tronco cerebral, no hipotálamo e no tálamo. Quando se ligam aos receptores, abrem o canal de cloro, hiperpolarizando a membrana do neurônio. Têm propriedades ansiolíticas, sedativas, hipnóticas e anticonvulsivantes. Seus efeitos no sono são a redução da latência, aumento do tempo total do sono e redução do estágio. Os fármacos de ação curta e intermediária mantêm o sono em 7 a 8 horas de duração.


Quais as reações adversas mais comuns?

As principais são insônia rebote (insônia piora por uma a duas noites após o uso), mesmo com os de curta duração, mas o risco é menor com os de longa duração (a retirada deve ser gradual, a fim de evitar o efeito rebote), dependência/tolerância, sedação residual, prejuízo do equilíbrio, sonolência diurna, dificuldade de concentração, falhas de memória e quedas.

Um ponto muito importante é que não se deve tratar a insônia relacionada a transtorno de ansiedade generalizada com benzodiazepínicos a serem tomados durante a noite. Por quê? O efeito ansiolítico promove relaxamento e, portanto, favorece o sono, mas o paciente (e o sistema nervoso) vai associar este efeito como sendo hipnótico, criando um condicionamento difícil de ser reajustado. É por essa razão que temos vários pacientes tratados com benzodiazepínicos não hipnóticos, como o Clonazepam, percebendo bom efeito sobre o sono, pelo menos por algum período. Em vista de terem apresentado benefício durante o sono, e terem se condicionado a achar que dependem do medicamento também para dormir, estes pacientes passam a ter necessidade deles no horário de dormir. Caso tivessem sido utilizados no período da manhã, teriam dormido melhor e percebido que sua dificuldade de dormir era devido ao estado de ansiedade, o que contribuiria muito para se evitar falsas crenças em relação ao sono.


Fontes:
- http://atualizacaofarmaceutica.com/farmacologia/benzodiazepinicos-insonia/ - Uso de BDZ na insônia
- http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/004.pdf  - Abuso e dependência dos BDZ

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Anvisa concede registro a medicamento brasileiro inovador contra tuberculose


UM POUCO SOBRE A TUBERCULOSE






As autoridades da área de saúde concederam registro a um medicamento contra a tuberculose desenvolvido por pesquisadores de um laboratório público brasileiro, que combina quatro princípios ativos e eleva a eficácia do tratamento. O registro foi concedido nesta semana pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), informou o Farmanguinhos, um laboratório vinculado ao Ministério da Saúde e responsável pela inovação.

O remédio é conhecido provisoriamente como 4 x 1 porque reúne quatro dos principais princípios ativos utilizados no combate à tuberculose. O fármaco brasileiro reúne rifampicina em uma concentração de 150 miligramas, isoniazida (75 mg), pirazinamida (400 mg) e etambutol (275 miligramas).
Além de elevar a eficácia, o fármaco, do qual o paciente tem que ingerir um comprimido diário durante todo o tratamento, pode reduzir significativamente as elevadas taxas de abandono do tratamento porque muitos pacientes se cansam de ter de tomar vários remédios e até várias vezes por dia.

"Este tipo de formulação em dose fixa combinada é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a forma mais eficaz de combate à tuberculose, já que reduz o número de comprimidos que têm que ser tomados pelo paciente diariamente", informou o Farmanguinhos em comunicado.O tratamento tradicional contra a tuberculose, com o consumo diário de vários comprimidos, dura pelo menos seis meses.


De acordo com o Farmanguinhos, uma vez registrado o medicamento, a entidade tem um prazo de três anos para implantar toda a tecnologia de produção do fármaco no Complexo Tecnológico de Remédios (CTM), no Rio de Janeiro. "De acordo com o cronograma, o início da produção está previsto para 2017", afirmou a coordenadora de Desenvolvimento Tecnológico de Farmanguinhos, Gisele Moreira, citada no comunicado.


Segundo estatísticas do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 4.406 mortes por tuberculose em 2012, principalmente entre pessoas que vivem na rua, portadores do vírus da AIDS, presos e indígenas. A doença causou ano passado, 71.123 novos casos no país.



Fonte: 
http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2014/11/anvisa-concede-registro-medicamento-brasileiro-inovador-contra-tuberculose.html

domingo, 21 de dezembro de 2014

Entendendo a trombose


Quando sofremos um corte, o sangue escorre um pouco e para, porque o corpo humano é dotado de um sistema de coagulação altamente eficaz. As plaquetas, por exemplo, vão para o local do ferimento e formam um trombo (uma rede de células) para bloquear o sangramento. Decorrido algum tempo, esse trombo se dissolve e a circulação volta ao normal.

Há pessoas que apresentam distúrbios e formam trombos (coágulos) num lugar onde não houve sangramento. Em geral, eles se formam nos membros inferiores. Como sua estrutura é sólida e amolecida, um fragmento pode desprender-se e seguir o trajeto da circulação venosa que retorna aos pulmões para o sangue ser oxigenado. Esse coágulo bloqueia o fluxo de sangue e causa inchaço e dor na região. O problema maior é quando um coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia. Uma embolia pode ficar presa no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outra área, levando a lesões graves. Nos pulmões, conforme o tamanho do trombo pode ocorrer um entupimento – a embolia pulmonar – uma complicação grave que pode causar morte súbita.


Sintomas

A trombose pode ser completamente assintomática ou apresentar sintomas como dor, inchaço e aumento da temperatura nas pernas, coloração vermelho-escura ou arroxeada, endurecimento da pele.


Causas

* Imobilidade provocada por prolongadas internações hospitalares;
* Síndrome da classe econômica: dificuldade de movimentação durante viagens longas em aviões e ônibus;
* Terapia de reposição hormonal;
* Uso de anticoncepcionais: associação de hormônios que além de poder promover a formação de trombos ainda promove a dilatação dos vasos (favorece as varizes). 
* Varizes;
* Cirurgias;
* Obesidade:  é um sério fator de risco para a trombose, pois o excesso de peso e o acúmulo de gorduras exercem ainda mais pressão sobre as veias, dificultando a passagem do sangue, principalmente nos vasos da pélvis e das pernas
* Cigarro: O hábito de fumar afeta a circulação de sangue e facilita a coagulação  (possui substâncias que são pré coagulantes). 


Fatores de risco

Alguns fatores como predisposição genética, idade mais avançada, colesterol elevado, cirurgias e hospitalizações prolongadas, obesidade, uso de anticoncepcionais, consumo de álcool, fumo, falta de movimentação, aumentam o risco de desenvolver trombose.

Tratamento

Existem medicamentos para reduzir a viscosidade do sangue e dissolver o coágulo (anticoagulantes) que ajudam a diminuir o risco, a evitar a ocorrência de novos episódios e o aparecimento de sequelas, mas que só devem ser usados mediante prescrição médica depois de criteriosa avaliação.

Prevenção

Adotar hábitos saudáveis, que vão combater os fatores de risco, é o caminho para evitar a trombose. Isso inclui praticar atividade física, ter uma alimentação equilibrada e não fumar. Além disso, é fundamental conhecer o seu histórico familiar, isto é, saber se outras pessoas da sua família já tiveram trombose. E, se você notar qualquer alteração nas veias das pernas, procure um médico - aqui vale a máxima de que quanto antes o tratamento começar, melhor.

Fontes:
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/trombose
http://drauziovarella.com.br/letras/t/trombose/
http://mdemulher.abril.com.br/saude/saude/trombose-8-mitos-e-verdades-sobre-a-doenca

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Anvisa permite importação de derivado da maconha


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou 168 dos 208 pedidos de importação de medicamentos com canabidiol para uso terapêutico que recebeu nos últimos meses. Segundo o diretor-presidente da agência, Jaime César de Moura Oliveira, sete das solicitações foram arquivadas; 17 estão sob análise e 16 estão à espera de que os interessados forneçam informações adicionais.

Os dados foram apresentados nesta quarta durante reunião ordinária do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas (Conad) em que foi discutido o uso terapêutico do canabidiol e seu enquadramento na legislação brasileira. Durante o debate, Oliveira lembrou que, desde maio deste ano, a Anvisa vem discutindo a eventual reclassificação do canabidiol para retirá-lo da lista das substâncias proscritas e incluí-lo relação de produtos de controle especial.
“Mas é preciso que fique claro que não estamos discutindo o uso recreativo da maconha. Nem sequer a possibilidade de uso terapêutico da maconha. O que está em análise é o potencial terapêutico e os riscos envolvidos no (uso) de um dos canabinoides encontrados nessa planta e o tipo de controle mais adequado conforme a legislação brasileira”, disse o diretor-presidente da Anvisa, lembrando que, mesmo sendo um derivado da maconha, não há evidências de que o canabidiol cause dependência ou efeitos alucinógenos ou psicóticos. Embora, segundo ele, faltem orientações técnicas para balizar a prescrição médica e não se conheça o eventual efeito do uso prolongado.
Oliveira mencionou estudos científicos que atestam o potencial terapêutico do canabidiol em tratamento anticonvulsivos e de doenças como Alzheimer, esquizofrenia, Parkinson, esclerose múltipla, entre outras e revelou que a Anvisa tem procurado estudar, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), a reação de pacientes voluntários que já receberam autorização para importar o produto.
Apesar dos recentes avanços, com a concessão das primeiras autorizações, parentes de crianças com doenças graves e pacientes que não responderam satisfatoriamente aos tratamentos convencionais e optaram por recorrer ao canabidiol criticam a burocracia estatal que retarda a liberação da importação dos remédios.
O bancário Norberto Fischer importa remédio com canabidiol para a filha e diz que a mudança foi "milagrosa".
“Obter a autorização é muito complicado”, diz o médico mastologista Leandro Ramirez da Silva, cujo filho, Benício, 6 anos, é portador da Síndrome de Dravet, forma grave de epilepsia. Há cerca de seis meses convencido de que “a medicina tradicional jamais deu uma chance de recuperação ao filho”, o médico decidiu começar a importar a pasta do canabidiol que, misturada a óleo de gergelim e a iogurte, dá ao filho.
Além disso, há casos em que o paciente ou seus responsáveis legais tiveram que recorrer à Justiça. Caso dos pais de Anny de Bortoli Fischer, 6 anos. Portadora de uma grave e rara forma de epilepsia, a menina de Brasília foi a primeira a conquistar na Justiça uma liminar para usar e importar medicamentos derivados da Cannabis sativa, nome científico da maconha. Durante a reunião do Conad, seu pai, o bancário Norberto Fischer lembrou que, na terça, completou-se um ano desde que Anny ingeriu a primeira dose de canabidiol.
“Até então, eu tinha como que uma boneca incapaz de fazer qualquer coisa. Ela só comia se colocássemos o alimento em sua boca e a ajudássemos a engolir. Foi uma mudança milagrosa. Ela hoje está quase voltando a andar e há oito meses ela não sofre uma crise convulsiva. Ela antes chegou a ter entre dez e 12 crises diárias fortíssimas”, comentou Fischer.



domingo, 9 de novembro de 2014

Elevadas doses de mercúrio contido em cremes para a pele

Embora o mercúrio possa clarear a pele, eliminando manchas escuras e até mesmo acne, as pesquisas mostram que o líquido prateado pode causar uma série de problemas de saúde, incluindo deterioração cognitiva, danos nos rins, dores de cabeça, fadiga, tremores nas mãos, depressão e outros sintomas.
Segundo o Dr. Gordon Vrdoljak, do Departamento de Saúde Pública da Califórnia, nos EUA, o limite de mercúrio em produtos é de uma parte por milhão. Em alguns desses cremes, encontramos níveis tão altos quanto 210 mil partes por milhão.
O grande problema é que é difícil identificar os produtos com mercúrio e medir sua concentração. O Dr. Vrdoljak criou um instrumento que usa uma técnica chamada reflexão total de fluorescência de raios X. A máquina pode medir o teor de mercúrio nas amostras com muito mais eficiência e precisão do que os métodos atuais. A expectativa é que a nova técnica possa ser incorporada em aparelhos de fácil uso, que possam chegar aos laboratórios de análise o quanto antes.

O Mercúrio
Os metais constituem cerca de 75% dos elementos conhecidos. Podem formar ligas entre eles ou com não metais e são usados, por exemplo, em carros, computadores, autoestradas e pontes. A civilização foi fundada sobre os metais da antiguidade, nomeadamente ouro, prata, cobre, mercúrio, estanho, ferro e chumbo. O ouro foi descoberto cerca do ano 6000AC e o mercúrio foi descoberto em túmulos datados de 1600 AC. Os antigos gregos usavam mercúrio em pomadas; os romanos usavam-no em cosméticos. Os metais entraram no nosso ambiente desde o início da Era Industrial, acumulando-se nos solos, em sedimentos e nas águas superficiais.

A Toxicidade nos Cosméticos
Com o crescimento da indústria cosmética e as pesquisas que desenvolvem ativos dermatológicos e bases diferenciadas, observa-se que, ainda assim, não são raros os casos de intoxicação por cosméticos. O grande problema é que o usuário, nunca ou quasenunca relaciona seu processo alérgico ou sua intoxicação ao uso do produto cosmético. Isso porque o consumidor acredita no cosmético e nos benefícios associados, quase não acreditando que possa causar algum dano à saúde, tamanha a crença que o consumidor coloca neste tipo de produto. O grande problema da questão da toxicidade nos cosméticos talvez seja o grande número de cosméticos usados no cotidiano, produtos que estão em contato direto com o corpo humano, pode-se afirmar que é possível ficar exposto num só dia a uma série de substâncias químicas de natureza e comportamento específicos.

Conclusão

Deve-se tocar cuidado no uso de cosméticos quanto ao componente de suas formulações, uma vez que muitos produtos apresentam em sua composição substâncias tóxicas que fazem muito mal para saúde e podem causar efeitos graves mediante um longo período de exposição, via uso contínuo do cosmético por exemplo.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Senado libera venda de inibidores de apetite à base de anfetamina

Os medicamentos inibidores de apetite à base de anfetaminas e que atuam no sistema nervoso central, como o femproporex, mazindol e anfepramona na fórmula, poderão voltar a ser vendidos, produzidos, manipulados e usados por pacientes brasileiros. O Senado aprovou o Projeto de Decreto Legislativo (PDS) 52/2014, que suspende uma resolução de 2011, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), proibindo a comercialização dos inibidores.


Ainda não se sabe quando os medicamentos voltam a ser vendidos, porque os registros desses inibidores de apetite foram cancelados há três anos. Esses fármacos podem voltar ao mercado depois que os laboratórios conseguirem um novo registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a qual diz que esses medicamentos oferecem mais riscos do que benefícios Essa autorização leva no mínimo seis meses. O diretor da ANVISA, que está no Japão, disse que os medicamentos precisarão ser reavaliados antes de voltarem às farmácias. A ANVISA vai ter que criar uma nova norma para regulamentar a venda dessas substâncias.

A proibição, em 2011, gerou polêmica entre a ANVISA e algumas entidades médicas favoráveis ao uso das anfetaminas. Na nova decisão, o Senado argumentou que a ANVISA extrapolou as funções dela quando proibiu a venda dos inibidores.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária reagiu à decisão do Senado, de liberar medicamentos para emagrecer à base de anfetaminas. A ANVISA quer que esses inibidores de apetite passem por uma nova análise. Já a sibutramina, que aumenta a sensação de saciedade, continuou permitida, porém, sua comercialização é somente com uma receita especial.

Segundo o neurologista Ronaldo Maciel, o uso indiscriminado desses inibidores pode causar efeitos colaterais, como alterações de humor, insônia e depressão. Ele defende um uso equilibrado, um maior bom senso e maior rigor de controle dessa prescrição para que não ocorra o uso indiscriminado, irracional e abusivo que estava havendo até a proibição da ANVISA.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, a liberação vai assegurar um tratamento melhor. O endocrinologista João Lindolfo ressalta que qualquer que seja a medicação, pode ter um efeito colateral. Há uma necessidade de averiguar quem vai prescrever e por quanto tempo vai usar. Mas os benefícios são muito grandes.


O diretor-presidente da ANVISA, Dirceu Barbano, diz ainda que os responsáveis irão discutir na diretoria colegiada uma proposição de que o retorno desses produtos para o mercado esteja condicionado a apresentação de dados pelas empresas que comprovem esse perfil de segurança e eficácia. E se não for feito dessa natureza, no nosso entendimento esses produtos não podem voltar para o mercado.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Outubro rosa

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres. No mês mundial de conscientização sobre a doença, tire 13 dúvidas sobre ela, com explicações dos seguintes profissionais do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
1 - O que causa o câncer de mama?
Na maioria dos casos de câncer de mama, não há uma causa específica. Há alguns fatores que estão associados ao aumento do risco de desenvolver a doença. A própria idade é um deles, pois a chance aumenta na medida em que se envelhece. Menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade (não ter filhos), primeiro filho em idade avançada, não amamentação e uso de terapia de reposição hormonal são fatores associados ao risco. Consumo excessivo de álcool, obesidade na pós-menopausa e sedentarismo também. Os fatores hereditários são responsáveis por menos de 10% dos cânceres de mama. O risco é maior quando os parentes acometidos são de primeiro grau (pai, mãe, irmãos, filhos).

2 - Atinge homens em que proporção?
O câncer de mama em homens é raro. Estima-se que, do total de casos da doença, apenas 0,8% a 1% ocorram em pessoas do sexo masculino.

3 - Existe algum sintoma além de caroço no seio?
A forma mais habitual é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor. Outros sinais e sintomas menos frequentes são edemas semelhantes à casca de laranja, irritação ou irregularidades na pele, dor, inversão ou descamação no mamilo e descarga papilar (saída de secreção pelo mamilo). Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.


4 - É sempre possível notar a doença por meio do toque nos seios?
Não, a patologia tem uma fase em que as lesões são do tipo não palpáveis. Por isso, é importante a realização de exames de imagem na faixa etária de maior risco.

5 - Segundo o Inca, o autoexame não é estimulado como medida de detecção. Por quê?
Considerando as evidências atualmente disponíveis, não se pode recomendar ou fomentar o ensino do autoexame como método de rastreamento. Também não foi evidenciada diminuição da mortalidade por câncer de mama com o uso do autoexame. Entretanto, o Inca destaca a importância de que a mulher esteja atenta ao seu corpo e à saúde das mamas. A recomendação é que, diante da observação de qualquer alteração ou mudança nas mamas, busque imediatamente a avaliação de um médico.
6 - Prótese de silicone nos seios pode levar à doença?
Não há evidência científica de que exista associação entre implantes mamários de silicone e o risco de desenvolvimento de câncer de mama.

7 - Como é o tratamento de câncer de mama?
O tratamento é multidisciplinar, ou seja, deve incluir a opinião de vários especialistas médicos, como o mastologista, o radiologista, o oncologista clínico, o radioterapeuta, assim como enfermeira especializada, psicóloga, fisioterapeuta e assistente social. Habitualmente, o tratamento pede cirurgia e é complementado pela radioterapia e quimioterapia/hormonioterapia.

8 - Quais são as chances de cura de câncer de mama?
Quando diagnosticado precocemente, há até 95% de chance de cura. Por isso, é importante que toda mulher de 50 a 69 anos faça mamografia a cada dois anos.

10 - Quais alimentos ajudam a prevenir a doença?
Os de origem vegetal: frutas, legumes, verduras e leguminosas (como feijão, lentilha, grão-de-bico). Têm o poder de inibir a chegada de compostos cancerígenos às células e, ainda, consertar o DNA danificado quando a agressão já começou. Se a célula foi alterada e não foi possível consertar o DNA, alguns compostos promovem a morte delas, interrompendo a multiplicação desordenada.
A ideia de que determinado alimento é bom para tal tipo de câncer não se aplica. Tem de haver sinergismo entre os compostos, o que ajuda em todos os tipos da doença. Por isso, é importante variar a alimentação ao máximo. A recomendação é consumir, no mínimo, 400g por dia de vegetais, sendo 2/5 de frutas e 3/5 de legumes e verduras. Cada porção equivale a uma quantia que caiba na palma da sua mão, do produto picado ou inteiro, totalizando 80g.

11 - O que não se deve comer para ajudar na prevenção?
Entre os alimentos prejudiciais estão os embutidos, que apresentam grande quantidade de sal, nitritos e nitratos. Os conservantes em contato com o suco digestivo do estômago se transformam em compostos cancerígenos. Evite ao máximo comê-los, mas o ideal é que não sejam consumidos.
Limite carne vermelha a 50g semanais. A forma de preparo dos alimentos, especialmente das carnes (de qualquer tipo), pode influenciar. Os feitos na chapa ou fritos trazem malefícios, porque a exposição a altas temperaturas também atua na formação de compostos cancerígenos. Prefira levá-los ao forno ou usá-los em ensopados. Se quiser grelhar, opte pelo pré-cozimento. O churrasco também eleva os riscos. Além da temperatura alta, a fumaça do carvão tem dois componentes cancerígenos (alcatrão e hidrocarboneto policíclico aromático), que impregnam na refeição.

12 - Qual é a importância da amamentação?
Amamentar diminui entre 10% e 20% os riscos de a mãe ter a doença. Enquanto o bebê suga o leite, o movimento promove uma espécie de esfoliação do tecido mamário por dentro. Assim, se houver células agredidas, são eliminadas e renovadas. Quando termina a lactação, várias células se autodestroem, entre elas algumas que poderiam ter lesões no material genético. Outro benefício é que as taxas do hormônio feminino estrogênio caem durante o período de aleitamento.
13 - Pílula anticoncepcional aumenta o risco da doença?
Existem estudos que demonstram fraca relação de causalidade entre pílula anticoncepcional e risco da doença, enquanto outros demonstram alguma relação.

domingo, 21 de setembro de 2014

Entendendo o HPV e a vacina de imunização

HPV


Papilomavírus humano (HPV) é um DNA vírus da família Papovaviridae, capazes de induzir lesões de pele ou mucosa, as quais mostram um crescimento limitado e habitualmente regridem espontaneamente. Representa o nome de um grupo de vírus que incluem mais de 100 tipos, em que a transmissão ocorre por meio de relações sexuais.
A infecção do trato genital humano pelo Papilomavírus humano (HPV) é a doença sexualmente transmissível (DST) viral mais frequente na população sexualmente ativa. A verruga ou condiloma acuminado é o resultado de infecção por HPV.
Dos tumores malignos sediados nos órgãos genitais da mulher, o câncer do colo do útero é o mais frequente e é caracterizado morfologicamente por alterações celulares em que há progressão gradativa, e quando estas alterações são descobertas através dos exames preventivos ginecológicos, podem tornar-se curáveis quando diagnosticado no início de seu surgimento. A evolução do câncer do colo do útero, na maioria dos casos, se dá de forma lenta, passando por fases pré-clínicas detectáveis e curáveis. Dentre todos os tipos de câncer do colo uterino é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura.
É nesses grupos que se concentram as maiores barreiras de acesso à rede de serviços para detecção e tratamento precoce da doença e de suas lesões precursoras, advindas de dificuldades econômicas e geográficas, insuficiência de serviços e questões culturais, como medo e preconceito dos companheiros.
São considerados fatores de risco de câncer do colo do útero a multiplicidade de parceiros e a história de infecções sexualmente transmitidas (da mulher e de seu parceiro); a idade precoce na primeira relação sexual e a multiparidade.
Além desses fatores, estudos epidemiológicos sugerem outros, cujo papel ainda não é conclusivo, tais como tabagismo, alimentação pobre em alguns micronutrientes, principalmente vitamina C, betacaroteno e folato, e o uso de anticoncepcionais.
Atualmente, a teoria mais aceita para a explicação do aparecimento do câncer do colo do útero repousa na transmissão sexual.


VACINA DO HPV

            Em 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) lançou uma campanha nacional para imunizar meninas de 11 a 13 anos contra o HPV. A vacina aplicada no Brasil é a quadrivalente, recomendada pela Organização Mundial da Saúde, com eficácia de 98%, protegendo o indivíduo dos tipos 6, 11, 16 e 18 da doença. 
            Ela foi desenvolvida sem nenhuma parte do HPV, sintetizada em laboratório de maneira que seja semelhante à cápsula do vírus, mas sem o núcleo do agente, parte que permite a replicação. Dessa forma, após receber a vacina, o organismo será estimulado a produzir anticorpos específicos para cada tipo de HPV, que farão o papel de inativá-lo, impedindo a sua instalação e multiplicação.
            O Ministério da Saúde recomenda que a adolescente seja submetida a três doses da vacina, sendo a segunda seis meses depois da primeira, e a terceira, cinco anos após a primeira dose. Apesar de haver mais de uma centena de tipos de HPV, a maioria das infecções é causada por quatro variantes. As 16 e 18 (consideradas de alto risco) são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero. Já os tipos 6 e 11, respondem por 90% das verrugas genitais (de baixo risco).
            Diversos estudos, que monitoraram milhares de pessoas vacinadas na Austrália, Europa e América do Norte, excluíram a ocorrência de eventos adversos graves ou permanentes. Existem relatos de casos de dor e de desmaio, o que não é preocupante e não inviabiliza a vacinação, já que os benefícios superam essas reações.
            A pessoa que recebe a vacina por via intramuscular nas doses indicadas irá estimular a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV que contém a vacina. Teremos um elevado nível desses anticorpos que persistiram  durante anos. 
            Quando a pessoa vacinada entrar em contato com o HPV esses anticorpos irão inativar este HPV impedindo que ele se instale e se multiplique. Dessa maneira impede a progressão da infecção.
            É preciso entender que a vacinação é uma ação preventiva e vai proteger dos tipos de HPV (6, 11, 16 e 18) com os quais a pessoa ainda não entrou em contato. Geralmente, as verrugas são ocasionadas pelos tipos menos oncogênicos. Dessa forma, mesmo que a pessoa já teve verrugas vaginais poderá se beneficiar da vacina para protegê-la dos tipos mais oncogênicos, se ela ainda não entrou em contato com esses agentes. Os homens não foram contemplados na campanha por uma decisão política de custo-benefício, mas podem se favorecer da vacinação, já que o HPV está associado também ao câncer de ânus, orofaringe e pênis.
            A infecção pelo HPV é preocupante, pois é a DST mais frequente, cerca de 50% da população sexualmente ativa vai entrar em contato com o HPV em algum momento da vida.

            No mundo todo se acredita que aproximadamente 30 milhões de pessoas tenham verrugas ocasionadas por HPV, aproximadamente 10 milhões de mulheres tenham lesões intra-epiteliais de alto grau no colo uterino e 500 mil casos de câncer do colo uterino. O INCA (Instituto Nacional do Câncer) informa a ocorrência de 18.000 casos novos de câncer do colo uterino no Brasil a cada ano, e que aproximadamente 4.000 mulheres morem de câncer do colo uterino no Brasil.

REAÇÕES ADVERSAS À VACINA

            
Kfouri  esclarece que os desmaios não são reações específicas à vacina de HPV e que estão relacionados a fatores emocionais. “Trata-se de uma população de adolescentes e parte deles desmaiaria ao tomar qualquer outra vacina ou medicação injetável.” Por causa da possibilidade de desmaios, é recomendado que os jovens sejam vacinados sentados e que permaneçam em observação por 15 minutos.
            O secretário Jarbas Barbosa cita que, quando a vacinação contra HPV foi lançada nos Estados Unidos, foi observado um fenômeno de desmaios em série. “Quando se vacinava em uma escola, se tinha um desmaio, aconteciam 5 ou 6 desmaios na mesma escola. Em outras, não ocorria nenhum desmaio”, diz Barbosa. Ele cita que ver um colega desmaiando deixa os colegas tensos e ansiosos e mais propensos à ocorrência.
            De acordo com o médico Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), os eventos adversos mais comuns relacionados à vacina de HPV são dor, inchaço e vermelhidão no local da aplicação.  Febre, mal estar e dor de cabeça também são reações relatadas por parte dos vacinados. Podem ocorrer ainda desmaios nos primeiros 15 minutos após a vacinação. Segundo os especialistas, essas reações são benignas, sem gravidade e não deixam sequelas.
            Nos Estados Unidos, que desde 2006 já distribuiu cerca de 67 milhões de doses da vacina quadrivalente contra HPV, um estudo de segurança divulgado em agosto apontou que a proporção de eventos adversos entre os que receberam a vacina e entre o grupo controle, que recebeu apenas uma solução salina, foi similar.


            Além da vacina, a prevenção contra esse tipo de câncer também continua envolvendo o exame Papanicolau, que identifica possíveis lesões precursoras do câncer que, tratadas precocemente, evitam o desenvolvimento da doença. “Existe uma expectativa muito grande de que a combinação de vacinação do HPV com o teste preventivo, o Papanicolau a partir dos 25 anos, permita que a geração que hoje tem de 11 a 13 anos seja a primeira geração em que o câncer de colo de útero seja eliminado como causa de morte entre as mulheres", observa Barbosa.
            A vacina não está relacionada a sintomas como dormência e paralisia dos membros, de acordo com a médica Marta Heloísa Lopes, professora do Departamento de Moléstias Infecciosas da Faculdade de Medicina da USP e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), trata-se de uma vacina desenvolvida por engenharia genética, que tem apenas a superfície do vírus HPV. “Mesmo se tivesse o vírus inteiro, ele não seria capaz de provocar problemas no sistema nervoso central”, diz a médica. “O adolescente tem uma labilidade emocional maior, são mais sugestionáveis e reagem com mais intensidade”, disse Barbosa. “Realmente foi uma reação mais emocional, psicossomática, o que não é incomum. Mesmo em adultos isso pode acontecer.”
 
CONCLUSÃO


            Segundo pesquisas feitas em países que adotam a imunização há mais tempo e especialistas, os riscos de ocorrerem eventos adversos são parecidos com os de outras vacinas que já fazem parte do calendário vacinal.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Novo medicamento para Hepatite C

Hepatite C




Um novo medicamento, para tratamento da hepatite C, está em fase de aprovação nos Estados Unidos, prometendo curar cerca de 95% dos pacientes. O fármaco ainda não possui nome, o qual é um resultado de moléculas inovadoras e vem sendo pesquisado há cerca dez anos, onde apresentou alta taxa de eficácia e efeitos colaterais mínimos.
            Hepatite é uma inflamação no fígado, a qual pode ser causada por vírus, bactérias, medicamentos, álcool ou até mesmo por uma reação do próprio organismo. A grande maioria dos casos é causada por vírus, principalmente os tipos A, B, C. Ao adquirir a doença, a maioria das pessoas tem um quadro viral comum, como uma gripe: dores no corpo e febre. O problema é que, depois disso, até 85% das pessoas não conseguem eliminar o vírus naturalmente, tornando-se pacientes crônicos.
            A hepatite C é uma infecção no fígado causada pelo vírus VHC. Por ser uma doença silenciosa, muitas pessoas convivem com o vírus sem saber que estão contaminadas, e muitas vezes, quando recebem o diagnóstico, já apresentam estágios avançados da doença. É considerada uma doença grave, porém, o paciente em tratamento pode ter boa qualidade de vida, sem grandes alterações em sua rotina.
Estima-se que no Brasil, cerca de 3,2 milhões de pessoas estejam infectadas pelo vírus. A contaminação ocorre pelo contato com sangue em transfusões, seringas contaminadas, manicures, tratamentos odontológicos, tatuagens ou outros materiais sem esterilização realizada de forma adequada.
                                                                                                                                           
Tratamento da hepatite C

Atualmente, o tratamento para todos os tipos da doença é realizado com antivirais, geralmente o interferon e ribavirina, durante aproximadamente 48 semanas. Estes fármacos também podem ser utilizados juntamente com inibidores de proteases, mas tem muitos efeitos colaterais, e em torno de 50% a 70% dos pacientes em tratamento são curados.
            O tratamento com o novo fármaco é realizado durante aproximadamente 12 semanas, podendo estender por 24 semanas em pacientes com cirrose hepática, quando o fígado está fibrosado. O avanço pode ser percebido na redução do tempo de uso da medicação, quando comparado ao indicado atualmente, assim como nos efeitos colaterais que foram bem tolerados pelos pacientes, o que pode aumentar a adesão à terapêutica da hepatite C.
            Os estudos foram realizados em muitos países, no Brasil, a droga foi submetida para aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, onde uma espécie de teste em pacientes será realizado em 15 centros de pesquisas.

         Assim, esse novo medicamento aumenta as expectativas de cura e proporciona melhor qualidade de vida para os pacientes, uma vez que o tempo de uso da medicação é diminuído, quando comparado aos medicamentos indicados atualmente, assim como nos efeitos colaterais que foram bem tolerados pelos pacientes, o que pode aumentar a adesão à terapêutica da hepatite C. Porém, é válido divulgar que a hepatite C é uma doença onde o diagnóstico precoce é fundamental para melhores resultados no tratamento, e sem maiores complicações no fígado.


Referências

http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/novo-medicamento-e-esperanca-de-cura-da-hepatite-c

http://saude.ig.com.br/minhasaude/2014-07-22/novo-medicamento-curou-95-dos-pacientes-com-hepatite-c.html

http://www.folhaacademica.com.br/ver-noticia/4324/Novo-medicamento-pode-curar-hepatite-C

http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-07/novo-medicamento-e-esperanca-de-cura-para-pacientes-com-hepatite-b

sábado, 13 de setembro de 2014

O uso de anfetaminas

            
             A anfetamina surgiu no século 19, tendo sido sintetizada pela primeira vez na Alemanha, em 1887. Cerca de 40 anos depois, a droga começou a ser usada pelos médicos para aliviar fadiga, alargar as passagens nasais e bronquiais e estimular o sistema nervoso central. Em 1965, ocorreu uma epidemia na Suécia, depois que a droga passou a ser fornecida pelo serviço nacional de saúde. Milhares de pessoas se aproveitaram do fato de a anfetamina ser distribuída gratuitamente para consumir quantidades abusivas da sua substância, até que ela foi tornada ilegal algum tempo depois.


            Existem várias drogas que pertencem ao grupo das anfetaminas. Estas são drogas sintéticas que são comercializadas sob a forma de medicamentos por vários laboratórios e apresentam diferentes nomes fantasia. Em estado puro, as anfetaminas têm a forma de cristais amarelados, com sabor intragavelmente amargo. Geralmente ingeridas por via oral em cápsulas ou comprimidos de cinco miligramas, as anfetaminas também podem ser consumidas por via intravenosa (diluídas em água destilada) ou ainda aspiradas na forma de pó.
            As Anfetaminas são conhecidas por sua atividade estimulante do sistema nervoso central, através de uma intensificação da norepinefrina - um neuro-hormônio – produzem efeitos semelhantes aos produzidos pela adrenalina no cérebro, levando o coração e os sistemas orgânicos a funcionarem em alta velocidade, resultando em aceleração do batimento cardíaco e aumento da pressão sanguínea, e consequentemente levando o indivíduo em estado de euforia. Sua ação sobre os centros de controle do hipotálamo leva a inibição do apetite.


            Além, do efeito anorexígeno, elas podem provocar também agitação psicomotora, insônia, irritação, nervosismo, ansiedade, tremores, boca seca, gosto metálico, náuseas e alterações do hábito intestinal. Devido a sua ação, o “rebite” é comumente utilizado por motoristas, na intenção de se manterem acordados para cumprirem com seus deveres e realizarem viagens longas; por estudantes, que utilizam as famosas “bolinhas” para obterem o efeito de excitação em festas e raves, e por indivíduos que buscam emagrecer, sem o acompanhamento médico.


            No Brasil, a anfetamina é uma das causadoras de farmacodependência. Segundo a OMS, estas drogas deveriam ser reservadas para pacientes que sofrem de ansiedade clínica bem definida, pois bastam três meses de uso, para que sejam criadas dependência química e síndrome de abstinência à retirada abrupta do medicamento.
            É grande o uso indevido de anorexígenos anfetamínicos pela população. Entre as maisutilizadas destaca-se o femproporex ou cianoetilanfetamina, mas também são utilizados Metilfenidato, Mazindol e Metanfetamina, sendo esta retirada do mercado brasileiro, porém ainda encontrada graças à importação ilegal de outros países sul-americanos. Algumas pesquisas demonstram que até 70% de uma dose de femproporex pode se biotransformar no organismo em anfetamina livre, o que caracteriza a sua elevada ação e capacidade de causar danos e dependência no indivíduo usuário de tal substância.
            Há uma lei específica para o controle nas vendas das anfetaminas (ANVISA - Resolução CFM nº 1.477, de 11 de julho de 1997), mesmo assim, há pesquisas que demonstram que este fármaco tem sido amplamente utilizado de forma indevida, uma vez que é fácil adquirir este produto pela internet ou em outros lugares que realizam a venda de forma ilegal. Dessa forma, há um aumento nas chances dos consumidores adquirirem medicamentos sem procedência e sem a devida informação, podendo causar danos irreparáveis a saúde, ou levar até a morte.


            Diante dos “benefícios” ocasionados pelo uso das anfetaminas, é notável que esse aumento geral da capacidade é apenas ilusório, já que esta acaba com o fim do efeito da droga, levando o usuário a extrapolar os reais limites do corpo, o que acaba sendo nocivo para a sua saúde.

domingo, 7 de setembro de 2014

As doenças sexualmente transmissíveis mais comuns e seus sintomas

Muitas DSTs têm somente sintomas leves, ou são assintomáticas. Quando os sintomas desenvolvem, eles freqüentemente podem ser confundidos com infecção do trato urinário ou infecção por fungos. DSTs não tratadas podem ocasionar problemas sérios à saúde e até ser fatais



Vaginose bacteriana
A maioria das mulheres com vaginose bacteriana não apresenta sintomas. Quando aparecem, os sintomas podem incluir: coceira vaginal, dor ao urinar e corrimento com odor de peixe.




Clamídia
A maioria das pessoas com clamídia não apresentam sintomas. Aqueles com sintomas podem ter: corrimento vaginal anormal, queimação ao urinar e sangramento for da época da menstruação. Infecções não tratadas, mesmo sem sintomas, podem ocasionar: dor no abdômen inferior, dor lombar, náusea, febre e dor durante o sexo.





Herpes genital
Algumas pessoas com essa DST não apresentam sintomas. Durante a “erupção” de herpes genital os sintomas ficam claros e incluem:
* Pequenos caroços, bolhas ou feridas onde o vírus entrou no corpo, como no pênis, vagina ou boca.
* Corrimento vaginal.
* Febre.
* Dor de cabeça.
* Dores musculares.
* Dor ao urinar.
* Coceira, queimação ou glândulas inchadas na área genital.
* Dor na pernas, nádegas ou área genital.
Os sintomas de herpes genital podem sumir e retornar. As feridas saram depois de 2 a 4 semanas.


Gonorreia
Os sintomas dessa DST são frequentemente moderados, mas a maioria das pessoas são assintomáticas. Se os sintomas estiverem presentes, eles aparecem mais frequentemente dentro de 10 dias após as infecção. Os sintomas da gonorreia incluem:
* Dor ou queimação ao urinar.
* Corrimento vaginal amarelado ou algumas vezes com sangue.
* Sangramento fora da época da menstruação.
* Dor durante o sexo.
* Sangramento forte durante a menstruação.
* Infecções que ocorrem na garganta, olho ou ânus podem apresentar sintomas nessas partes do corpo.





Hepatite B
O sintomas da hepatite B, quando presentes, podem incluir:
* Febre baixa.
* Dor de cabeça.
* Dores musculares.
* Cansaço.
* Perda de apetite.
* Vômito.
* Diarréia.
* Urina escura e fezes pálidas.
* Dor estomacal.
* Cor amarelada nas pele e branco dos olhos.




HIV / AIDS
Algumas pessoas com o vírus HIV não apresentam sintomas dessa DST por 10 anos ou mais. Em torno da metade da pessoas com HIV tem sintomas semelhantes aos da gripe pode 3 a 6 semanas depois de serem infectadas. Os sintomas da AIDS pode incluir:
* Febre e sudorese noturna.
* Sensação de cansaço.
* Perda de peso rápida.
* Dor de cabeça.
* Linfonodos inchados.
* Diarréia e vômito.
* Feridas nos genitais, ânus e boca.
* Tosse seca.
* Pele com feridas.
* Perda de memória de curto prazo.

Algumas mulheres com HIV também podem apresentar os seguintes sintomas:
* Infecções vaginais por fungos e outras infecções vaginais, incluindo DSTs.
* Doença pélvica inflamatória que não melhora com tratamento.
* Alterações no ciclo menstrual.