Um pouco sobre a patologia
No
Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade.
Seis por cento delas sofrem do Mal de Alzheimer, segundo dados da Associação
Brasileira de Alzheimer (Abraz).
A doença de Alzheimer é o tipo de
demência mais comum, sendo uma doença neuro-degenerativa, quando o cérebro não
mais consegue funcionar corretamente. O Alzheimer causa
problemas na memória, pensamento e comportamento. Nos estágios iniciais, os
sintomas de demência podem ser mínimos, mas pioram conforme a doença progride,
ou seja, causa mais danos ao cérebro.
A doença
se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória,
orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais.
Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais
controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à
família.
No
início, o paciente começa a perder sua memória mais recente, podendo lembrar
com precisão acontecimentos de anos atrás, mas esquecer ações que acabou de
executar, como por exemplo, que acabou de fazer uma refeição. Com a evolução do
quadro, o Alzheimer causa grande impacto no cotidiano da pessoa e afeta a
capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem. A
pessoa fica cada vez mais dependente da ajuda, até mesmo para rotinas básicas,
como a higiene pessoal e a alimentação.
Sintomas
A doença
de Alzheimer instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema
nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal
cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles.
Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em
certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex
cerebral, essencial para a linguagem, memória, reconhecimento de estímulos
sensoriais e pensamento abstrato.
E quais são os fatores de risco?
ü Idade: Após os 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada
cinco anos.
ü Outras patologias: hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo e sedentarismo.
ü Não é hereditária, mas pessoas da família possuem mais chances de desenvolver a
doença quando comparada a pessoas que não possuem histórico familiar.
ü Escolaridade: O analfabetismo e a baixa escolaridade estão associados à
maior prevalência, uma vez que uma maior aquisição de conhecimentos cria novas
conexões entre os neurônios (faz o cérebro trabalhar mais) e isso retarda o aparecimento
de sinais de demência.
ü Há uma predominância da doença no sexo feminino.
E como diagnosticar?
É muito
comum que os sintomas iniciais da Doença de Alzheimer (DA) sejam confundidos
com o processo de envelhecimento normal, o que pode levar a um diagnóstico
tardio do quadro.
Os exames
para diagnostico consistem em uma extensa bateria de exames avaliando as funções
cognitivas do paciente. É muito importante também realizar exames para analisar
o cérebro e descartar a hipótese de se tratar de outra doença.
E o tratamento?
NÃO HÁ CURA para o Alzheimer! O tratamento irá proporcionar uma melhor qualidade de vida ao
paciente, aliviando os sintomas existentes e permitindo que a progressão da
doença seja mais lenta.
A acetilcolina é um neurotransmissor
importante nos mecanismos de memória e aprendizagem. Na doença de Alzheimer,
como consequência da degeneração dos neurônios, ocorre redução da atividade da
acetilcolina por ação de enzimas que a degradam. Embora várias drogas estejam
sendo testadas, atualmente, o tratamento mais eficaz se baseia na utilização
das que inibem a ação enzimática responsável pela degradação da acetilcolina
(inibidores da acetilcolinesterase).
Os medicamentos mais utilizados para a doença são:
Donepezila,
rivastigmina e galantamina são usados para tratar doença de Alzheimer em
estágio moderado (donepezila também pode ser usada para doença de Alzheimer em
estágio severo). Memantina é usada para tratar a doença em estágio moderado a
severo.
Algumas considerações
Efeitos colaterais
As
drogas pertencentes ao grupo dos anticolinesterásicos podem provocar sintomas
gastrointestinais, circulatórios e alterações relacionadas com o sistema
nervoso central. Na maioria das vezes, esses efeitos indesejáveis são
passageiros, de curta duração e podem ser controlados ou desaparecer quando o
médico reajusta as doses.
Duração do tratamento
Uma vez
iniciado, o tratamento precisa ser reavaliado pelo médico ao completar um mês,
mas deve ser mantido obrigatoriamente por um período mínimo de 3 a 6 meses,
para que se possa ter ideia da eficácia. Enquanto a resposta for favorável, o
medicamento não deve ser suspenso.
Adesão
É
fundamental obedecer as doses e os horários de administração do medicamento,
pois a administração irregular compromete o resultado final.
FONTES:
Associação
brasileira do Alzheimer <http://abraz.org.br/sobre-alzheimer>
Informações
sobre Alzheimer e demência <http://alz.org/br/demencia-alzheimer-brasil>
Drauzio Varella
<http://drauziovarella.com.br/envelhecimento/doenca-de-alzheimer>