O
que é endometriose?
Endometriose
é uma doença ginecológica feminina causada pelo aparecimento de fragmentos do
endométrio em diferentes partes do útero e da região pélvica, tubas uterinas,
intestino, bexiga e outros órgãos. Essa deslocalização do tecido endometrial
pode gerar distúrbios, como cólicas menstruais excessivas, dores nas relações
sexuais ou pode passar despercebido pela paciente, dificultando a procura por
diagnóstico.
A frequência de acometimento da doença é maior na faixa
de idade pós menopausa, mas também ocorre significativamente em mulheres com
idade reprodutiva. Sua causa pode se dar por fatores genéticos, ambientais,
imunológicos e hormonais.
fonte: Fabiana Scaranzi
Como
surge a doença?
Teorias abordam que a
causa dessa implantação endometrial atípica é um influxo de sangramento
menstrual para as trompas, e outros órgãos da cavidade pélvica. Apesar de
praticamente todas as mulheres possuírem essa menstruação retrógrada, fatores predisponentes
seja imunológico ou tóxico, favorecem o desenvolvimento da doença somente em
parte da população feminina.
A endometriose é uma doença estrogéno-dependente,
portanto, a ingestão de alimentos que favoreçam a excreção de estrôgenio pode
aumentar a possibilidade de desenvolvimento da doença. Uma dieta balanceada
pobre em gorduras, pode evitar o excesso de prostaglandinas no organismo,
diminuindo a dor e a inflamação pélvica.
fonte: minhavida
Quadro
clínico e Diagnóstico
O quadro clínico pode ser assintomático, o que dificulta
a procura por diagnóstico, sendo constatado apenas após descobrimento de
infertilidade. A endometriose pode ser
classificada em leve, moderada e grave de acordo com o órgão e a extensão que
atinge. Uma forma um pouco mais grave apresenta dores pélvicas intensas, com
cólicas menstruais e dores durante a relação sexual, aumento do volume ovariano
sendo características próprias da endometriose.
O diagnóstico é feito através de exame por imagem e
laboratoriais, mas o que tem maior grau de precisão é a laparoscopia, que já é
uma intervenção cirúrgica.
Classificação
A classificação mais comumente
usada é a revisada pela “American Society of Reproductive Medicine” (ASRM)
que consiste em 4 estágios e leva em consideração o tamanho, a profundidade e a
localização dos implantes endometrióticos e a gravidade das aderências. Porém esses estagios não estão
correlacionados com o nível de dor, uma vez que a dor é associada a
profundidade em que está a profundidade do implante.
Estágio 1
(doença mínima): implantes isolados e sem aderências significativas;
Estágio 2
(doença leve): implantes superficiais com menos de 5 cm, sem aderências
significativas;
Estágio 3
(doença moderada): múltiplos implantes, aderências peritubáricas e
periovarianas evidentes;
Estágio 4
(doença grave): múltiplos implantes superficiais e profundos, incluindo
endometriomas, aderências densas e firmes.
Tratamento
A escolha do
tratamento depende de vários fatores além do estágio em que a endometriose foi
descoberta, também deve-se levar em consideração o desejo que a mulher tem de
engravidar e a idade da paciente. Para o tratamento desta doença há várias formas
de tratamento que podem ser medicamentosos, cirúrgico ou uma a combinação de
ambos.
O tratamento
medicamentoso tem como objetivo reproduzir na paciente uma pseudogravidez,
pseudomenopausa ou anovulação crônica, através da manipulação hormonal. Para
mulheres com infertilidade não convém um tratamento hormonal, pois nestes
estudos mostram que os medicamentos não são efetivos. Os casos cirúrgicos são
indicados para infertilidades no estágio 1 e 2, quando for necessário a
laparoscopia deve ser retirado a maior quantidade possível de focos da
endometriose.
Os fármacos
comumente usados são:
·
ACOs: etinilestradiol 0,03 mg + levonorgestrel 0,15
mg: comprimidos ou drágeas.
·
Acetato de medroxiprogesterona:
comprimidos de 10 mg; suspensão injetável de 50 e 150 mg/mL.
·
Danazol: cápsulas de 100 e 200 mg.
·
Análogos do GnRH:
·
- Gosserrelina: seringa preenchida com dose
única de 3,6 mg ou 10,8 mg.
·
- Leuprorrelina: frasco-ampola com 3,75 mg ou
11,25 mg.
·
- Triptorrelina: frasco-ampola com 3,75 mg ou
11,25 mg.
fonte: comofazer.org
NOTIFICAÇÃO
Você sabia que quando você toma um medicamento e tem uma reação adversa (uma resposta indesejada do seu corpo ao medicamento) você deve notificar, ou seja, comunicar a ANVISA ou a um Centro de Farmacovigilância?
Essa atitude é muito importante, pois a indústria que produz o remédio vai passar a ter conhecimento do que este está causando no paciente, e se irá retirar o medicamento do mercado ou não, caso o número de reações estejam aumentando (o que mostra que ele está causando mal a nós e não resolvendo nosso problema de saúde).
O mesmo deve ser feito quando você compra, por exemplo, uma caixinha de medicamentos e um deles vem quebrado ou com uma cor diferente.
Conheça o CEFAL (Centro de Farmacovigilância da Universidade Federal de Alfenas) e um pouco mais sobre a notificação.
Notifique!

Referências Bibliográficas:
BRASIL. Ministerio da saúde: Secretaria de atenção
á saúde. Portaria Nº 879, de 12 de julho de 2016. Protocolo clínico e
diretrizes terapêuticas endometriose.
NACUL. A. P.; SPRITZER P. M. Aspectos
atuais do diagnóstico e tratamento de endometriose. Hospital de Clínicas de
Porto Alegre. Porto Alegre, Brasil. Rev Assoc Med Bras 2011; 57(4):456-461
PATRICK BELLELIS1, SERGIO
PODGAEC2, MAURÍCIO SIMÕES ABRÃO. Fatores
ambientais e endometriose. Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. Rev Assoc Med Bras
2011; 57(4):456-461