segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Estudo nega vínculo entre remédios para TDAH e risco de abuso de drogas

Conclusão vai contra o receio de que medicamentos para hiperatividade possam tornar as crianças mais propensas ao abuso de substâncias no futuro

TDAH:
TDAH: Pesquisa não encontra relação entre uso de remédios para tratar o problema e maior risco de abuso de substâncias químicas no futuro 
Crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) que tomam remédios estimulantes para tratar o problema, como a Ritalina, não correm um risco maior de abuso de substâncias (álcool, drogas e cigarro) quando forem maiores em comparação com outras sem tratamento para o mesmo distúrbio. A conclusão é de uma pesquisa feita na Universidade da Califórnia, Estados Unidos, e publicada nesta quarta-feira no periódico JAMA Psychiatry.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Stimulant Medication and Substance Use Outcomes A Meta-analysis

Onde foi divulgada: periódico JAMA Psychiatry

Quem fez: Kathryn Humphreys, Timothy Eng e Steve Lee

Instituição: Universidade da Califórnia, EUA

Dados de amostragem: 2.565 crianças com TDAH

Resultado: Crianças que fazem uso de remédios estimulantes para tratar o TDAH não têm risco maior ou menor de sofrer com abuso de substâncias no futuro em comparação com crianças que têm o mesmo distúrbio, mas não são medicadas.
Remédios estimulantes são eficazes em tratar os sintomas do TDAH, mas existem controvérsias em relação aos seus efeitos adversos, especialmente devido a preocupações de que essas drogas possam tornar as crianças mais propensas a sofrerem com problemas de abuso de álcool e drogas no futuro.
O novo estudo revisou 15 trabalhos realizados entre 1980 e 2012 que incluíram mais de 2.500 crianças com TDAH. A idade média das crianças estudadas foi de oito anos quando a pesquisa começou e elas foram acompanhadas até completarem 20 anos em média.
"Nós não encontramos associação entre o uso de medicamentos como a Ritalina e o abuso futuro de álcool, nicotina, maconha e cocaína", afirmou Kathryn Humphreys, coordenadora do estudo. Como resultado, autores da pesquisa afirmaram que o trabalho fornece "uma atualização importante" ao campo de conhecimento de abuso de drogas e medicamentos contra o TDAH.

domingo, 3 de agosto de 2014

Ansiolíticos - Classe dos benzodiazepínicos

Existem medicamentos que têm a propriedade de atuar quase que exclusivamente sobre a ansiedade e tensão. Inicialmente, essas drogas foram chamadas de tranquilizantes. Antigamente, o principal agente ansiolítico era uma droga chamada meprobamato que praticamente desapareceu das farmácias com a descoberta de um importante grupo de substâncias: os benzodiazepínicos. De fato estes medicamentos estão entre os mais utilizados no mundo todo, inclusive no Brasil. 

Atualmente, prefere-se designar estes tipos de medicamentos pelo nome de ansiolíticos, ou seja, que "destroem" (lise) a ansiedade. De fato, este é o principal efeito terapêutico destes medicamentos: diminuir ou abolir a ansiedade das pessoas, sem afetar em demasia as funções psíquicas e motoras. Apesar de serem de uso controlado, os ansiolíticos estão entre os medicamentos mais consumidos no país nos últimos anos. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esses inibidores do sistema nervoso central têm sido mais utilizados no Brasil do que muitos medicamentos que não exigem receitas médicas.

Recomendados para o tratamento de casos diagnosticados de ansiedade, depressão bipolaridade, os ansiolíticos estão entre os remédios conhecidos por “tarja preta”, que só poderiam ser comprados em farmácias registradas e autorizadas pela Anvisa a comercializar os medicamentos listados na Portaria 344. Não é difícil, contudo, encontrar na internet quem os ofereça como solução para curar a tristeza – qualquer que seja a causa.

 

Classe dos benzodiazepínicos 




Antigamente, o principal agente ansiolítico era uma droga chamada meprobamato, que praticamente desapareceu das farmácias com a descoberta de um importante grupo de substâncias - os benzodiazepínicos. Esses medicamentos estão entre os mais utilizados no mundo todo, e atualmente existem mais de cem remédios em nosso país à base dos benzodiazepínicos. O novo grupo de drogas, inicialmente recebida com otimismo pela profissão médica, aos poucos produziu preocupações, principalmente o risco de dependência que se tornou evidente na década de 1980. Embora exista uma crescente consciência dos efeitos adversos dos benzodiazepínicos, eles continuam a ser usado de forma exagerada e trivial para aliviar qualquer ansiedade, o que é um grande problema.

Os benzodiazepínicos estão entre as drogas mais prescritas no mundo e estima-se que o consumo de benzodiazepínicos dobra a cada cinco anos. São utilizados principalmente como ansiolíticos e hipnóticos, além de possuir ação miorrelaxante e anticonvulsivante. As propriedades descritas tornam os benzodiazepínicos úteis no tratamento da ansiedade, insônia, agitação, apreensões, espasmos musculares, abstinência do álcool e como pré-medicação nos procedimentos médicos ou odontológicos.

Todos os benzodiazepínicos são capazes de estimular os mecanismos do cérebro que normalmente combatem estados de tensão e ansiedade. Assim, quando, devido às tensões do dia-a-dia ou por causas mais sérias, determinadas áreas do cérebro funcionam exageradamente, resultando em estado de ansiedade, os benzodiazepínicos exercem um efeito contrário, isto é, inibem os mecanismos que estavam hiperfuncionantes, e a pessoa fica mais tranquila, tendo uma sensação de desligamento do meio ambiente e dos estímulos externos.

Como consequência dessa ação, os ansiolíticos produzem uma depressão da atividade do nosso cérebro que se caracteriza pela diminuição de ansiedade; indução de sono; relaxamento muscular e redução do estado de alerta. É importante notar que esses efeitos são grandemente alimentados pelo álcool, e a mistura do álcool com essas drogas pode levar ao estado de coma. Além desses efeitos principais, os ansiolíticos dificultam os processos de aprendizagem e memória, o que é, evidentemente, bastante prejudicial para aqueles que habitualmente se utilizam dessas drogas. É importante ainda lembrar que essas substâncias também prejudicam em parte as funções psicomotoras, prejudicando atividades como dirigir automóveis, aumentando a probabilidade de acidentes.

Os efeitos colaterais mais comuns dos benzodiazepínicos estão relacionados à sua ação sedativa e relaxante muscular, variando de indivíduo para indivíduo. A sedação produz a depressão, sonolência, tonturas, diminuição da atenção e concentração. A falta de coordenação muscular pode resultar em quedas e lesões, especialmente entre os idosos, além da dificuldade para andar. A diminuição da libido e dificuldade em ter ereção é um efeito colateral comum. A desinibição pode surgir levando a pessoa a ter uma conduta social inconveniente. Efeitos colaterais menos comuns incluem náuseas e alterações do apetite, visão borrada, confusão, euforia, despersonalização e pesadelos. Casos de toxicidade hepática têm sido descritos, mas são raros.
Efeitos adversos tardios produzidos pelos benzodiazepínicos incluem uma deterioração geral da saúde mental e física que tendem a aumentar com o tempo. Nem todos, porém, enfrentam problemas com o uso em longo prazo. Os efeitos adversos podem incluir também o comprometimento cognitivo, bem como os problemas afetivos e comportamentais: agitação, dificuldade em pensar de forma construtiva, perda do desejo sexual, fobia social, ansiedade, depressão maior, perda de interesse em atividades de lazer e incapacidade de sentir ou de expressar as emoções. Além disso, pode ocorrer uma percepção alterada de si, do ambiente e nas relações sociais.

Os benzodiazepínicos são comumente utilizados abusivamente e tomado em combinação com outras drogas de abuso. Em geral são seguros e eficazes durante poucos dias, apesar dos prejuízos cognitivos e comportamentais, tais como a agressão e desinibição que podem ocorrer ocasionalmente. 

MECANISMO DE AÇÃO

Os benzodiazepínicos têm como sítio principal de ação o sistema nervoso central, porém seu mecanismo de ação não está completamente esclarecido.

Os benzodiazepínicos, assim como o álcool, atuam no sistema Gabaérgico. Os receptores GABA são proteínas que tem duas funções principais - recebem informações extracelulares que chegam na fenda sináptica e transmitem tais informações para o interior da célula. O GABA é composto por cinco unidades, de modo que exitem vários subtipos de GABA e é responsável pela DEPRESSÃO DO SNC. O receptor de GABAa possui ligação específica para benzodiazepínicos, onde esta classe de medicamentos causa a potenciação de ação do GABA, logo é um AGONISTA do GABA. 
Esses medicamentos funcionam como inibidores; atenuam as reações químicas provocadoras da ansiedade.
Ultimamente as pesquisas têm indicado a existência de receptores específicos para os benzodiazepínicos no SNC, sugerindo a existência de substâncias endógenas muito parecidas com os benzodiazepínicos. Tais substâncias seriam uma espécie de “benzodiazepínicos naturais”, ou mais precisamente, de “ansiolíticos naturais”.


EXEMPLO DE BENZODIAZEPÍNICOS: 

Clordiazepóxido (Librium, Psicossedin); Diazepam (Valium); Clonazepam (Rivotril), Bromazepam (Lexotam), Alprazolan (Frontal), Lorazepam (Lorax), Cloxazolan, entre outros. 

Pessoal, no link abaixo tem uma animação bem didática da ação do GABA e benzodiazepínicos. 
http://www.virtual.epm.br/material/depquim/7flash.htm

sábado, 2 de agosto de 2014

Antiinflamatórios não esterioidais (AINEs)

Os antiinflamatórios não esterioidais (AINEs) constituem a classe de fármacos mais prescritos e utilizados no mundo e consistem no tratamento de primeira escolha em inúmeras patologias como artrite reumatoide, osteoartite e outras doenças inflamatórias. Apresentam também atividade analgésica e antipirética em sua grande maioria e sua atividade anti-inflamatória ocorre, principalmente, devido ao bloqueio da COX 1 e 2 em diferentes graus de seletividade. Existem dois principais tipos de ciclooxigenases, a COX-1 – construtiva que catalisa a síntese de prostaglandinas citoprotetoras e a COX-2, deletéria que catalisa a síntese de PGs inflamatórias, embora tenha se identificado uma terceira isoforma, COX-3.


Inflamação: é uma resposta localizada ou sistêmica a determinados estímulos nocivos. Após lesão inicial ou estímulo, ocorre a liberação de mediadores pró-inflamatórios, tais como histamina, serotonina, prostaglandinas, bradicininas, entre outros. Uma das causas mais importante é o aumento da produção de prostaglandinas (PGs) sintetizadas pelas enzimas ciclooxigenases (COX), após estimulo inflamatório no tecido.


Figura 1: Cascata da biossíntese de prostaglandina.

Receptores dos AINEs: A COX-1 e 2 são similares quanto à estrutura tridimensional e atividade enzimática. São proteínas hemodiméricas, compostas de três domínios independentes – domínio do fator de crescimento epidérmico e dois domínios funcionais, o de ligação à membrana e o catalítico. Comparando o sitio ativo da COX-1 ao da COX-2, mais especificamente, onde ocorre interação com o ácido araquidônico, as enzimas se diferenciam por apenas dois resíduos de aminoácidos, tem-se a substituição do aminoácido isoleucina (Ile), nas posições 434 e 523 presentes na COX-1, pelo aminoácido valina (Val) na COX-2. O reconhecimento das diferenças morfológicas entre as duas isoformas da enzima ciclooxigenase (COX-1 e COX-2), permitiu prever a possibilidade de se desenvolver inibidores seletivos da COX-2, conhecidos como coxibes, como estratégia para obter-se efeito anti-inflamatório desprovido de efeitos colaterais ao nível gastrointestinal, além da ocorrência de efeitos adversos ao nível renal e cardiovascular.


Figura 2: Enzimas COX-2 e COX-1 e suas ações no organismo.

O sítio ativo da COX é formado, principalmente, por resíduos hidrofóbicos e se conecta com a membrana por meio de um extenso canal apolar, que possibilita o acesso dos substratos/inibidores (SOMVANSHI et al., 2007). Na estrutura cristalizada da COX-1 o aminoácido arginina 120, localizado próximo ao canal de entrada da enzima participa da interação (ligação covalente) com o íon carboxilato presente nos AINEs convencionais, em contrapartida, este mesmo resíduo não interage com os inibidores seletivos da COX-2, permitindo assim o avanço de novos agentes antiinflamatórios, buscando redução da toxicidade e aumento da seletividade. O reconhecimento das diferenças morfológicas entre as duas isoformas foi crucial para o desenvolvimento de inibidores seletivos da COX-2.
A posição 523 do fragmento de Isoleucina é volumoso, o que resulta em impedimento estérico no sítio ativo da enzima, contrastando com o fragmento de valina na COX-2 que é bem menos volumoso. A abertura do sítio ativo da COX-2 é maior, o que permite também maior acessibilidade das moléculas anti-inflamatórias à enzima, com isso os agentes seletivos para COX-2, são mais volumosos, não conseguindo interagir com COX-1, apenas com COX-2.

Figura 3: Enzimas COX-2 e COX-1 respectivamente (diferenciada pelos aminoácidos valina e isoleucina).

Descoberta e síntese de novos inibidores seletivos para COX-2

O uso de substâncias químicas para melhorar a dor e a inflamação é uma das necessidades mais antigas da humanidade. No início, os químicos estudavam plantas consagradas pelo uso popular, geralmente incorporadas às farmacopéias da época, limitando-se ao isolamento e à determinação estrutural de substâncias ativas. Talvez o marco mais importante para o desenvolvimento dos fármacos a partir de produtos naturais de plantas tenha sido o descobrimento dos salicilatos obtidos de Salix alba. O salicilato de sódio foi usado para tratar a febre reumática como agente antipirético e no tratamento da gota em 1875.
O enorme sucesso do fármaco levou à produção do ácido acetilsalicílico. Depois de demonstrado seus efeitos antiinflamatórios, este medicamento foi introduzido na Medicina em 1899, com o nome de aspirina. Devida a sua toxicidade (principalmente intolerância gastrointestinal), procurou-se sintetizar outras substâncias com menores efeitos adversos e, assim, desenvolveu-se o primeiro anti-inflamatório não salicilato, a fenilbutazona, no início de 1950. No entanto, observou-se associado a este fármaco o aparecimento de casos de agranulocitose, o que levou progressivamente a diminuição de seu uso.  Em 1963 surge a indometacina, outro derivado não salicilado, com intensa ação analgésica e anti-inflamatória, desenvolvido para substituir a fenilbutazona.  E, a partir deste período, novos fármacos acídicos ou não, passaram a ser sintetizados, procurando-se encontrar cada vez mais eficácia e menos efeitos indesejáveis, principalmente gastrointestinal e, entre eles, estão: naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno, piroxicam, tenoxicam, meloxicam, diclofenac, aceclofenac, sulindac, nimesulida , e muitos outros.
Em 1971, Sir John Vane e colaboradores, estudando a atividade antiinflamatória da aspirina conseguiram demonstrar que esta ação estaria ligada a capacidade desta substância inibir a produção de prostaglandinas (PGs), através de uma provável competição com o sítio ativo da enzima cicloxigenase (COX). Na mesma época, Sérgio Ferreira, pesquisador brasileiro, que trabalhava conjuntamente com Vane, levantou a hipótese de que haveria isoformas desta enzima. Foi somente, em 1990, que se conseguiu demonstrar que a COX é efetivamente constituída por duas isoformas principais, com características químicas e fisiológicas bem definidas, a COX-1 (constitucional ou fisiológica) e a COX-2 (induzida ou inflamatória). Os anos seguintes testemunharam o desenvolvimento de inúmeros anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), inibidores seletivos de COX-2, na tentativa de aumentar a aceitação dessas medicações pelos pacientes, reduzir a toxicidade (principalmente gastrintestinal), e aumentar o efeito anti-inflamatório.
Logo, a aspirina foi introduzida sem o conhecimento sobre o seu alvo – as ciclooxingenases – que foram estudadas e descobertas alguns anos depois (“chave sem o conhecimento da fechadura”). Algumas estratégias foram utilizadas no desenvolvimento de AINEs seletivos para COX-2, como simplificação molecular da estrutura (em relação aos anéis aromáticos) e o bioisosterismo.

Relação estrutura atividade (REA): Os fármacos antiinflamatórios não-esteroidais constituem um grupo heterogêneo de substâncias, que em geral não estão relacionados quimicamente, e que apesar disso, tem em comum certas ações terapêuticas, como atividade antipirética, analgésica e antiinflamatória. Isto porque atuam na biossíntese das PGs, agindo diretamente na inibição de enzimas da via cicloxigenase, mas não na via lipoxigenase. Em geral, estas substâncias apresentam propriedades ácidas com valores de pKa entre 4 e 5.  

EXEMPLO DE AINES: 
Aspirina ou ácido acetilsalicílico, Ibuprofeno, Naproxeno, Paracetamol (nos EUA conhecido por Acetaminophen), Diclofenaco, Indometacina e Piroxicam. 


Alta dose de antidepressivo aumenta risco de suicídio, diz estudo



Comportamento suicida foi duas vezes maior naqueles que tomaram dose acima das recomendada


Em altas dosagens, antidepressivos podem levar o indivíduo a ter comportamentos suicidas, segundo um estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, e publicado nesta segunda-feira no periódico Jama Internal Medicine.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Antidepressant Dose, Age, and the Risk of Deliberate Self-harm

Onde foi divulgada: periódico Jama Internal Medicine.

Quem fez: Matthew Miller, Sonja A. Swanson, Deborah Azrael, Virginia Pate e Til Stürmer.

Instituição: Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos.

Resultado: Pacientes que receberam altas doses de antidepressivo tiveram duas vezes mais comportamentos suicidas do que aqueles que tomaram a dose usual. Também foi visto que a eficácia do medicamento em indivíduos de até 24 anos é modesta.
A pesquisa contou com a participação de 162625 pessoas com idades entre 10 e 64 anos e que foram diagnosticadas com depressão. Todas iniciaram, entre 1998 e 2010, o tratamento com uma das classes de antidepressivos mais prescritas por médicos, chamada inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs), em particular fluoxetina, o citalopram e a sertralina. A única diferença foram as doses do medicamento: um grupo utilizou uma dosagem considerada usual e o outro foi medicado com uma dosagem mais alta. 
Os pesquisadores constataram que aqueles que começaram a terapia com as doses mais altas tinham duas vezes mais comportamentos suicidas do que o outro grupo. Segundo os dados do estudo, havia um comportamento suicida — que inclui desde pensamentos sobre morte até o suicídio em si — em cada 150 pacientes tratados com altas doses. Apesar dos resultados, a pesquisa não explica por que altas doses podem aumentar a incidência desse comportamento. 


"Também constatamos que a eficácia dos antidepressivos entre os pacientes de até 24 anos foi modesta e vimos que a dosagem não é necessariamente relacionada ao melhor efeito do medicamento. Nossa pesquisa é um incentivo aos médicos a evitarem a alta dosagem para o tratamento sem necessidade e a monitorarem de perto os pacientes que tomam antidepressivos", explica Matthew Miller, coautor do estudo e professor do Faculdade de Saúde Pública de Harvard

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Congresso pode liberar inibidores de apetite vetados pela Anvisa

Remédios tiveram a venda proibida porque as autoridades consideraram que os riscos para a saúde são muito maiores que os possíveis benefícios.


A Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, vetou, mas o Congresso pode liberar a venda dos inibidores de apetite, que estão proibidos há três anos. O projeto foi aprovado na comissão mais importante do Senado. De um lado, a Associação de Médicos, que defende que o uso dos inibidores com receita não tem nenhum problema. Do outro lado, a Vigilância Sanitária, que vê mais riscos do que vantagens nesses medicamentos. A discussão sobre o uso desses inibidores de apetite é sempre uma polêmica.. O Congresso está tentando mudar uma decisão de uma agência que decide sobre a liberação de medicamentos. O risco é a falta de controle. Obesidade é doença, nem todo mundo tem facilidade de emagrecer, mas os médicos alertam que ninguém deve usar medicamentos sem orientação de um especialista.

Essa decisão do Senado pode liberar três inibidores de apetite a base de Femproporex, Mazindol e Anfepramona. Essas substâncias eram proibidas porque a Anvisa comprovou que os prejuízos à saúde eram maiores que os benefícios.


A distância entre a Thaís de 2012 e a de hoje é muito maior do que em uma foto. Para sair dos 97 quilos, ela começou o tratamento com ajuda de Sibutramina, um remédio de uso controlado pela Anvisa. Mas, o peso não estabilizava. “Eu vivia no efeito sanfona, tomava remédio, emagrecia 12 ou 15 quilos, parava de tomar o remédio e engordava tudo de novo, muito rápido”, afirma Thaís Sundfeld, servidora pública. O resultado apareceu mesmo depois de exercícios e um programa de reeducação alimentar. “Consigo aproveitar de tudo e me sentir bem comigo mesmo, acho que isso é o fundamental”, diz Thaís. Mesmo sem o amparo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o Senado está prestes a colocar os inibidores de apetite de volta ao mercado. Um decreto que libera a venda desses medicamentos e anula uma resolução da Anvisa foi aprovado nesta quarta-feira (16) pela Comissão de Constituição e Justiça.

O representante da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, a favor dos inibidores, defende regras mais rígidas na hora de receitar. “Como a maioria dos medicamentos, ela deve ter um receituário. Não tem medicação isenta de efeitos colaterais, depende qual a frequência que aquilo ocorre”, diz João Lindolfo, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.“Segundo esses especialistas, a obesidade mórbida não se trata apenas com dieta e exercícios físicos. Ela tem que ter um complemento de medicamentos para que se obtenha um resultado mais efetivo”, afirma a senadora Lúcia Vânia, do PSDB-GO.

O senador Humberto Costa, que foi ministro da Saúde no governo Lula, é contra a liberação. Ele lembra que antes de proibir um medicamento, a Anvisa ouve especialistas, analisa estudos internacionais e a posição das agências de outros países. “É um risco enorme. No caso de uma outra agencia pode até ter uma repercussão menor, mas quando se trata de saúde pública nós temos que ser absolutamente criteriosos e não houve esse critério nessa decisão tomada”, critica o senador Humberto Costa, do PT-PE. A proposta ainda vai ser votada em plenário. Só depois disso a Anvisa deve se pronunciar. Mas, o diretor da agência, Dirceu Barbano, disse em um artigo recente que o percentual de obesos no Brasil se manteve estável desde que os inibidores foram proibidos. Isso, segundo ele, mostra que as pessoas estão buscando formas mais saudáveis de combater o excesso de peso.

Foi o que a Najara fez. Depois de ser diagnosticada como obesa, resistiu aos inibidores, mudou os hábitos e, com paciência, recuperou a autoestima. “Acredito que desta forma, mesmo que seja devagar, a gente vai conseguindo os objetivos. Eu espero”, diz Najara Flausino, assessora parlamentar. 

A liberação dos inibidores, que já foi aprovada na Câmara dos Deputados, se passar pelo plenário do Senado, vai seguir direto para sanção da presidente.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Medicamentos à base de maconha: Prós e Contras


Medicamentos à base de canabidiol, uma substância encontrada na maconha, estão na lista de medicamentos proscritos da ANVISA, e sendo assim, proibidos para fins terapêuticos. Se for liberado, o medicamento entrará para lista das substâncias de controle especial, seguindo as respectivas normas. Esses medicamentos tratam, principalmente, problemas neurológicos, dentre eles crises epilépticas. Em Abril, a justiça brasileira autorizou a entrada de um desses medicamentos para filha de Katiele Fischer, Anny, portadora da síndrome CDKL5, uma doença genética que causa deficiência neurológica e convulsões. Ou seja, no Brasil, o uso só é permitido com uma autorização especial do diretor da agência ou sentença jurídica.


Concepção em outros países

canabinol (CBD) é um composto que constitui cerca de 40% das substâncias ativas da maconha e tem propriedades ansiolíticas e antipsicóticas. Em alguns países como EUA, Canadá, Reino Unido, Holanda, França, Espanha, Itália, Suíça, Israel e Austrália o uso de maconha para fins terapêuticos é parcialmente liberado, ou seja, somente com receita médica ou laudo que justifique a prescrição. A ONU reconhece que a maconha pode ter uso medicinal, mas que para isso é preciso que os países oficializem uma agência especial para Cannabis e derivados nos seus ministérios da Saúde.

Prós

Há elementos químicos na maconha que têm efeitos médicos, como exemplificado abaixo:
-Vários casos em muitos países mostram que derivados da maconha podem tratar ou aliviar sintomas de formas severas de epilepsia.
-Pessoas em quimioterapia nos casos de câncer muitas vezes têm enjoos terríveis. Alguns pacientes não respondem a nenhum remédio legal para o enjoo e respondem maravilhosamente à maconha.
-No caso da AIDS, maconha provoca fome e assim pode ser uma maneira de engordar. Nenhum remédio é tão eficiente para restaurar o peso de portadores do HIV quanto à maconha. O problema: a cannabis tem uma ação ainda pouco compreendida no sistema imunológico. Sabe-se que isso não representa perigo para pessoas saudáveis, mas pode ser um risco para os portadores da AIDS.
-Doenças degenerativas do sistema nervoso como a Esclerose múltipla é terrivelmente incômoda e fatal. Os doentes sentem fortes espasmos musculares, muita dor e suas bexigas e intestinos funcionam muito mal. A maconha alivia todos os sintomas. Ninguém entende bem por que ela é tão eficiente, mas especula-se que tenha a ver com seu pouco entendimento sobre o efeito no sistema imunológico.
-A cannabis é um analgésico usado em várias ocasiões. Os relatos de alívio das cólicas menstruais são os mais promissores. Maconha também é capaz de aliviar a pressão intraocular, podendo ser usado em casos de glaucoma, além de ajudar na depressão e insônia, uma vez que os medicamentos disponíveis no mercado são agressivos e têm mais potencial de dependência.

Contras

-De acordo com o diretor-presidente da ANVISA, Dirceu Barbano, a ANVISA não tem informações suficientes sobre os efeitos colaterais que a substância possa provocar nos usuários. “O canabidiol tem sido usado no Brasil em crianças e nós não detemos informações na literatura de qual é a consequência orgânica de médio e longo prazo por crianças de diferentes idades. É dever da ANVISA evitar os efeitos colaterais e alertar sobre os riscos.”
-Os problemas surgiram desde o início, uma vez que a droga é ilícita e seus canais de fornecimento são pouco confiáveis. Não se sabe bem como irá ser o controle de qualidade da substância para ser usada como medicamento ,além de que é preciso ainda estabelecer os padrões mínimos. Há também uma dificuldade de descobrir um modo seguro e eficiente de administrar a droga. Ingerida por via oral, a potência da maconha varia muito e ela só começa a fazer efeito depois de uma hora. Fumando, você inala muitas substâncias causadoras de câncer - assim como ao fumar tabaco.
-Existem órgãos que temem que os pacientes vendam a maconha fornecida a eles, uma vez que o Brasil possa não ter um suporte para aceitar a ideia de exclusivo uso medicinal.
-Maconha é mais conhecida por seus efeitos na mente; ela é uma substância intoxicante que faz as pessoas se sentirem felizes e relaxadas. Seu uso "recreativo" tem se tornado cada vez mais frequente nos países ocidentais. A Cannabis não é muito viciadora, e seus efeitos nocivos atingem principalmente o pulmão, quando fumada. Em alguns usuários ela pode desencadear delírios e alucinações, e ainda se discute se pode causar problemas psiquiátricos duradouros.

Resultados científicos

Em maio, o diretor-adjunto da ANVISA, Luiz Roberto Klassmann, relatou que a reclassificação poderia acontecer muito em breve, porque já existiriam evidências científicas suficientes que comprovam a eficácia da droga e sua segurança para uso terapêutico.  Ainda, segundo ele, a partir do momento que o canabidiol deixasse de ser proscrito, o problema de barreira alfandegária acabaria.  No entanto, Klassmann disse que era preciso vencer a barreira do preconceito e estigma do uso da maconha medicinal.


A avaliação geral é que a maconha pode ser usada em diversas situações e tem barreiras que a impedem de ser comercializada e usada para fins terapêuticos. Embora haja pesquisas que comprovem a eficácia de compostos constituintes, como canabidiol, no Brasil a importação só é possível mediante autorização especial. A ANVISA acredita que a permissão aconteça em breve, já que há estudos científicos comprovados sobre suas finalidades terapêuticas. Por fim, há posições sobre o uso medicinal da maconha, que possam evitá-la ou liberá-la em um país, mas existem muitos estudos sobre.

Vitaminas e suplementos vitamínicos



Mas o que são vitaminas?

As vitaminas são compostos orgânicos da mais alta importância, necessárias ao crescimento, à reparação dos tecidos, ao funcionamento orgânico, essenciais para reações metabólicas específicas no meio celular e vitais para o funcionamento dos órgãos.
As vitaminas também pertencem a um grupo de nutrientes orgânicos que promovem o bem-estar físico e mental. Por isso devem ser ingeridas diariamente (em quantidades adequadas), através da dieta, pois não são produzidas pelo nosso organismo e elas não possuem calorias. 

Conheça as principais vitaminas e suas funções mais importantes:
Vitamina A: possui papel essencial na visão, no crescimento, desenvolvimento e manutenção da pele, nas funções imunológicas e reprodução. As suas principais fontes são: alimentos de origem animal, vegetais folhosos verde-escuros, frutas amarelo-alaranjadas.
Vitamina D: possui papel fundamental no metabolismo dos ossos, ajudando na prevenção de doenças como raquitismo, osteomalácia e osteoporose. As suas principais fontes são: óleo de fígado de peixe, manteiga, nata, gema de ovo. Entretanto, a exposição modesta à luz solar é suficiente para a maioria das pessoas produzir a sua própria vitamina D.
Vitamina E: possui papel antioxidante importante, relacionado com prevenção de condições associadas ao estresse oxidativo, tais como envelhecimento, câncer, doença cardiovascular, entre outras. As suas principais fontes são os vegetais, sendo os óleos as fontes mais ricas.
Vitamina B12: está diretamente relacionada com metabolismo de substâncias que estão envolvidas nos passos fundamentais para o funcionamento normal de todas as células, especialmente para as do trato gastrointestinal, medula óssea e tecido nervoso. Sua deficiência pode levar a alterações neurológicas e também a um tipo específico de anemia denominada megaloblástica.
As fontes mais ricas da vitamina são: fígado e rim, leite, ovo, peixe, queijos e carnes. É importante ressaltar que pessoas que seguem dieta totalmente vegetariana devem fazer um acompanhamento dos níveis sanguíneos de vitamina B12 e avaliar a necessidade de suplementação, uma vez que ela não estará sendo consumida em sua melhor fonte.
Vitamina C: ajuda a fortalecer o sistema imunológico, tem função antioxidante assim como a vitamina E, ajuda no processo de absorção do ferro pelo organismo. As suas principais fontes são as frutas ácidas: abacaxi, morango, limão, laranja, maracujá.A dúvida é mais comum do que se imagina: vale a pena complementar a alimentação com suplementos de vitaminas e minerais? A resposta é: depende. Se a pessoa conseguir manter uma dieta adequada às suas necessidades diárias, e condição de saúde, isso não será preciso.


E o uso de suplemento vitamínico? 


A dúvida é mais comum do que se imagina: vale a pena complementar a alimentação com suplementos de vitaminas e minerais? A resposta é: depende. Se a pessoa conseguir manter uma dieta adequada às suas necessidades diárias, e condição de saúde, isso não será preciso.
 “O problema é que, atualmente, com tantos industrializados, fica difícil suprir o organismo de tudo que ele precisa. E, mesmo quando consumimos itens in natura, não sabemos nada sobre as condições em que foram cultivados: a qualidade do solo e como se deu o transporte e o armazenamento, fatores que podem levar à diminuição do aporte de nutrientes" destaca Joyce Rouvier, especialista em Fisiologia da Unifesp.

É importante salientar que os complexos vitamínicos são legislados como complemento alimentar. Então, qualquer suplemento teria a finalidade de corrigir uma eventual insuficiência detectada clinicamente ou por exames laboratoriais.

 “Assim, se houver necessidade de tomar alguma vitamina ou mineral, precisamos saber se vamos completar um cardápio deficiente ou corrigir uma carência já instalada. Para os dois casos, a consulta a um profissional de saúde é importante”. 
Quem precisa usar suplementos vitamínicos?

Todo mundo sabe que vitaminas e minerais, presentes nos alimentos do dia-a-dia, são essenciais para o corpo humano. Mas há quem acredite que uma 'dose extra' desses nutrientes, em forma de pílulas, pode ajudar a saúde. É preciso ter cuidado...
Uma dieta variada, normalmente, é suficiente para suprir as necessidades diárias de vitaminas e minerais do organismo, porque esses micronutrientes são encontrados em pequenas quantidades em alimentos naturais. Muitos são vitais para o funcionamento do corpo e precisam ser ingeridos em doses altas, como cálcio, potássio e ferro. Outros, como zinco, selênio e cobre, são exigidos em porções menores. O problema é que muita gente acredita que um reforço vitamínico 'não faz mal a ninguém'. Não é bem assim... Essas pílulas só devem ser tomadas a partir de uma indicação médica e em quantidades adequadas. Doses exageradas podem causar danos sérios, como sangramentos e distúrbios neurológicos.
Da vitamina A ao zinco, nacionais e importados, suplementos com vitaminas e minerais fazem parte do cotidiano de milhões de pessoas em todo o planeta. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos um terço da população global toma esses complexos diariamente. Importantes descobertas sobre as propriedades dessas substâncias acontecem a todo momento. E isso acaba reforçando a ideia de que as 'doses extras' são imprescindíveis à vida.


Os médicos costumam recomendar suplementos em alguns casos:

Mulheres que planejam engravidar, gestantes, pessoas que tomam uma ou duas doses diárias de bebida alcoólica e ainda quem não ingere quantidade suficiente de frutas e vegetais.
Idosos, por causa da dificuldade orgânica de absorver vitamina B12 e da tendência à deficiência em vitamina D.
Vegetarianos, pela carência de vitamina B12 em suas dietas e pelo risco de apresentarem deficiência de riboflavina, cálcio, ferro e dos aminoácidos essenciais lisina e metionina no organismo.
 Quem segue dietas com cardápios abaixo das 1.200 calorias por dia ou que são nutricionalmente desequilibrados.
Pacientes que se recuperam de cirurgias ou de doenças graves, por terem seus regimes normais prejudicados durante essa fase.
Crianças com hábitos alimentares ruins e as que fazem dieta para emagrecer.
Atletas, quando a carga de exercícios excede o que se ingere em alimentos.


Um pouco sobre a vitamina D