segunda-feira, 12 de maio de 2014

Teste de cosméticos em animais


Em mais de 80% do mundo, incluindo o Brasil, ainda é permitido que animais sejam utilizados para testes desnecessários a fim de se testar a segurança e a qualidade de cosméticos. Animais, incluindo coelhos, cobaias, ratos e camundongos são rotineiramente submetidos a injeções e gases, são alimentados à força e executados para testar cosméticos em todo o mundo. Muitos acreditam que é eticamente inaceitável e desnecessário.
Tradicionalmente, os cosméticos têm sido testados em animais para mostrar que eles são eficazes e seguros de usar. Entretanto, isso pode ser feito através da utilização de ensaios já aprovados, que não fazem utilização de animais, apoiando-se sobre as várias combinações de ingredientes que já estão estabelecidos como sendo seguros para utilização humana.
Algumas das utilizações desses animais em testes são:
·         Uso de coelhos para medir os efeitos químicos da aplicação de cosméticos.
·         Desenvolvimento de novos medicamentos.
·         Injeção de substâncias no animal para determinar quão tóxicas são para os humanos.
Embora esse movimento atual esteja querendo acabar com os testes em animais, existem outras alternativas viáveis para se testar os cosméticos.



Campanha pede fim dos testes de cosméticos em animais

Não existem estatísticas oficiais sobre o uso de animais na área de cosméticos no Brasil, mas os testes recomendados pela ANVISA incluem o uso de camundongos, ratos, coelhos e hamsters. Os experimentos podem incluir testes de irritação ocular e cutânea: os produtos químicos são esfregados sobre a pele raspada ou pingados nos olhos de coelhos; estudos que envolvem alimentação forçada e repetida durante semanas ou meses para detectar sinais de doença geral ou riscos específicos para a saúde, como o câncer ou defeitos de nascimento; e até mesmo o amplamente condenado teste de "dose letal", no qual os animais são forçados a engolir grandes quantidades de um produto químico para determinar a dose mortal. Outros testes envolvem produtos aplicados no pênis e na vagina de coelhos com cateteres. No final dos testes, os animais são sacrificados, normalmente por asfixia, quebra do pescoço ou decapitação e anestésicos não são utilizados.
As empresas podem garantir a segurança de seus produtos escolhendo dentre milhares de ingredientes existentes que possuem uma longa história de uso seguro, juntamente com o uso de um número crescente de métodos alternativos que não envolvem o uso de animais. Esta é a abordagem usada por centenas de empresas certificadas como livres de crueldade pelo programa ‘LeapingBunny’ reconhecido internacionalmente. O Ministério da Ciência e Tecnologia está trabalhando para expandir a aceitação e a utilização de métodos modernos de testes de segurança sem animais através da criação de uma Rede Nacional de Métodos Alternativos (RENAMA) em todo o Brasil, com as competências e equipamentos para implementar estes testes.
A organização não governamental Humane Society Internacional lançou no Brasil a campanha "Liberte-se da Crueldade", para sensibilizar a população e pressionar o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) a proibir os testes de cosméticos em animais.A campanha foi lançada também em outros países onde o assunto está sendo discutido, como a China, a Nova Zelândia e os Estados Unidos.
Toda a União Europeia já proibiu os testes e a venda de cosméticos testados em animais e os procedimentos científicos também não são mais permitidos na Índia e em Israel.No Brasil, São Paulo foi o primeiro estado a vetar testes de cosméticos em animais, em janeiro deste ano, e ainda é o único a adotar a medida.
 


Alternativas aos testes em animais

Como alternativa aos testes em animais cita-se o uso de pele humana, pele sintética e a combinação de células humanas com modelos computacionais. Estudos sugerem que essas alternativas são mais relevantes e de melhor eficácia para os seres humanos.
No entanto, o gerente da campanha reconhece que não há métodos alternativos para todos os tipos de teste de toxicidade, como os que garantem que os cosméticos não causarão problemas reprodutivos ou de má-formação fetal. Uma solução para essas substâncias seria não colocá-las à venda ou a utilização de substâncias com segurança comprovadas.
Métodos alternativos sem animais representam a técnica mais recente que a ciência tem a oferecer, tendo sido cuidadosamente avaliados pelas autoridades públicas em vários laboratórios para confirmar que os resultados podem prever os efeitos em pessoas de maneira confiável. Em contraste, muitos dos testes em animais em uso atualmente datam dos anos 1920 ou 1940 e nunca foram validados. Ē de conhecimento geral que os animais em laboratório podem responder de forma muito diferente dos humanos quando expostos aos mesmos produtos químicos. Isto significa que os resultados de testes em animais podem ser irrelevantes para os humanos porque eles superestimam ou subestimam o perigo real para as pessoas e que a segurança do consumidor não pode ser garantida.

Conclusão

Hoje, métodos alternativos podem combinar os mais recentes testes baseados em células humanas com modelos computacionais sofisticados para entregar resultados relevantes para os humanos em horas ou dias, ao contrário de alguns testes em animais que podem levar meses ou anos. Métodos alternativos sem animais também são geralmente muito mais rentáveis do que os testes que utilizam animais. E pelo fato destes métodos terem sido cientificamente validados, trazem um maior nível de segurança para os consumidores do que os testes em animais tradicionais.



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