Em mais de 80% do mundo, incluindo o
Brasil, ainda é permitido que animais sejam utilizados para testes
desnecessários a fim de se testar a segurança e a qualidade de cosméticos.
Animais, incluindo coelhos, cobaias, ratos e camundongos são rotineiramente
submetidos a injeções e gases, são alimentados à força e executados para testar
cosméticos em todo o mundo. Muitos acreditam que é eticamente inaceitável e
desnecessário.
Tradicionalmente, os cosméticos têm sido
testados em animais para mostrar que eles são eficazes e seguros de usar.
Entretanto, isso pode ser feito através da utilização de ensaios já aprovados,
que não fazem utilização de animais, apoiando-se sobre as várias combinações de
ingredientes que já estão estabelecidos como sendo seguros para utilização
humana.
Algumas das utilizações desses animais em
testes são:
·
Uso de coelhos para
medir os efeitos químicos da aplicação de cosméticos.
·
Desenvolvimento de
novos medicamentos.
·
Injeção de substâncias
no animal para determinar quão tóxicas são para os humanos.
Embora esse movimento
atual esteja querendo acabar com os testes em animais, existem outras
alternativas viáveis para se testar os cosméticos.
Campanha pede fim dos testes de
cosméticos em animais
Não existem estatísticas oficiais sobre o
uso de animais na área de cosméticos no Brasil, mas os testes recomendados pela
ANVISA incluem o uso de camundongos, ratos, coelhos e hamsters. Os experimentos
podem incluir testes de irritação ocular e cutânea: os produtos químicos são
esfregados sobre a pele raspada ou pingados nos olhos de coelhos; estudos que
envolvem alimentação forçada e repetida durante semanas ou meses para detectar
sinais de doença geral ou riscos específicos para a saúde, como o câncer ou
defeitos de nascimento; e até mesmo o amplamente condenado teste de "dose
letal", no qual os animais são forçados a engolir grandes quantidades de
um produto químico para determinar a dose mortal. Outros testes envolvem
produtos aplicados no pênis e na vagina de coelhos com cateteres. No final dos
testes, os animais são sacrificados, normalmente por asfixia, quebra do pescoço
ou decapitação e anestésicos não são utilizados.
As empresas podem garantir a segurança de
seus produtos escolhendo dentre milhares de ingredientes existentes que possuem
uma longa história de uso seguro, juntamente com o uso de um número crescente
de métodos alternativos que não envolvem o uso de animais. Esta é a abordagem
usada por centenas de empresas certificadas como livres de crueldade pelo
programa ‘LeapingBunny’ reconhecido internacionalmente. O Ministério da Ciência
e Tecnologia está trabalhando para expandir a aceitação e a utilização de
métodos modernos de testes de segurança sem animais através da criação de uma
Rede Nacional de Métodos Alternativos (RENAMA) em todo o Brasil, com as
competências e equipamentos para implementar estes testes.
A organização não governamental Humane Society Internacional lançou no
Brasil a campanha "Liberte-se da Crueldade", para sensibilizar a
população e pressionar o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal
(Concea) a proibir os testes de cosméticos em animais.A campanha foi lançada
também em outros países onde o assunto está sendo discutido, como a China, a
Nova Zelândia e os Estados Unidos.
Toda a União
Europeia já proibiu os testes e a venda de cosméticos testados em animais e os
procedimentos científicos também não são mais permitidos na Índia e em Israel.No
Brasil, São Paulo foi o primeiro estado a vetar testes de cosméticos em
animais, em janeiro deste ano, e ainda é o único a adotar a medida.
Alternativas aos testes em animais
Como alternativa aos testes
em animais cita-se o uso de pele humana, pele sintética e a combinação de
células humanas com modelos computacionais. Estudos sugerem que essas alternativas são mais
relevantes e de melhor eficácia para os seres humanos.
No entanto, o gerente da
campanha reconhece que não há métodos alternativos para todos os tipos de teste
de toxicidade, como os que garantem que os cosméticos não causarão problemas
reprodutivos ou de má-formação fetal. Uma solução para essas substâncias seria
não colocá-las à venda ou a utilização de substâncias com segurança
comprovadas.
Métodos alternativos sem animais representam a técnica
mais recente que a ciência tem a oferecer, tendo sido cuidadosamente avaliados
pelas autoridades públicas em vários laboratórios para confirmar que os
resultados podem prever os efeitos em pessoas de maneira confiável. Em
contraste, muitos dos testes em animais em uso atualmente datam dos anos 1920
ou 1940 e nunca foram validados. Ē de conhecimento geral que os animais em
laboratório podem responder de forma muito diferente dos humanos quando
expostos aos mesmos produtos químicos. Isto significa que os resultados de
testes em animais podem ser irrelevantes para os humanos porque eles
superestimam ou subestimam o perigo real para as pessoas e que a segurança do
consumidor não pode ser garantida.

Conclusão
Hoje, métodos alternativos podem combinar os mais
recentes testes baseados em células humanas com modelos computacionais
sofisticados para entregar resultados relevantes para os humanos em horas ou
dias, ao contrário de alguns testes em animais que podem levar meses ou anos.
Métodos alternativos sem animais também são geralmente muito mais rentáveis do
que os testes que utilizam animais. E pelo fato destes métodos terem sido
cientificamente validados, trazem um maior nível de segurança para os
consumidores do que os testes em animais tradicionais.

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