Uma pesquisa brasileira comprovou que exercícios
aeróbicos, como caminhada e corrida, ajudam pacientes que sofrem de enxaqueca
crônica. Segundo o estudo, feito na Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), esse tipo de atividade física previne dores, diminuindo tanto a
frequência quanto a intensidade do problema.
Participaram da pesquisa 60 pessoas de 18 a 50 anos
que tinham enxaqueca crônica, ou seja, apresentavam dores de cabeça pelo menos
15 dias ao mês. Nenhum dos voluntários havia seguido uma rotina de exercícios
físicos nos três meses anteriores à pesquisa e todos faziam uso de medicamentos
para prevenir dores de cabeça.
Durante três meses, metade dos participantes foi
orientada a aliar a medicação com a prática de 40 minutos de caminhada ao dia,
três vezes na semana. O restante passou esse tempo apenas tomando remédio.
Ao longo desse período, os participantes relataram se
sentiram dores de cabeça e, se sim, com qual frequência e intensidade. Quando o
estudo acabou, os pesquisadores avaliaram outros aspectos dos voluntários, como
função cardiovascular e índice de massa corporal (IMC).
De acordo com os resultados, os participantes que
praticaram atividade física apresentaram uma melhora em todos os aspectos da
enxaqueca. A frequência das dores, por exemplo, caiu pela metade — de 23 dias
para 5 dias por mês, em média. Além disso, essas pessoas também apresentaram
uma redução do IMC.
“O exercício aeróbico de intensidade moderada,
praticado regularmente, pode promover o relaxamento muscular, melhora do
condicionamento cardiovascular e redução da frequência, intensidade e duração
das crises de dor de cabeça”, diz a coordenadora do estudo.
O que é enxaqueca?
A enxaqueca é um desequilíbrio químico no cérebro,
envolvendo hormônios e substâncias denominados peptídeos. Esse desequilíbrio
resulta de uma série de outros desequilíbrios neuroquímicos e hormonais,
decorrentes do estilo de vida e hábitos do portador da doença enxaqueca, e
também de uma predisposição genética. O resultado é uma série de sintomas, que
podem ir muito além da dor de cabeça. Por sinal, existem casos de crises de
enxaqueca sem, ou com muito pouca dor de cabeça.
Geralmente, a dor de cabeça é o sintoma mais dramático
da enxaqueca e sua intensidade, apesar de variável, na maioria dos casos é
moderada a severa.
A dor de cabeça da enxaqueca pode ser latejante
(pulsátil), em peso, ou uma sensação de "pressão para fora", como se a
cabeça fosse explodir.
A localização da dor de cabeça da enxaqueca pode
variar de crise para crise; raramente dói sempre no mesmo lugar. A dor da
enxaqueca pode ocorrer em qualquer lugar da cabeça, inclusive na região dos
dentes, dos seios da face e da nuca, dando origem à confusão com problemas
dentários, de sinusite e de coluna.
Os demais sintomas da enxaqueca compreendem náuseas
(enjôo), vômitos, aversão à claridade, ao barulho, aos cheiros,
hipersensibilidade do couro cabeludo, visão embaçada, irritabilidade,
flutuações do humor, ansiedade, depressão (mesmo fora das crises) e lacrimejamento.
Um indivíduo não precisa apresentar todos estes sintomas para ter enxaqueca.
Normalmente apresenta alguns deles, em graus variados.
A duração de uma crise de enxaqueca é, tipicamente, de
3 horas a 3 dias, seguida de um período variável sem nenhuma dor de cabeça. A
crise de enxaqueca pode ser precedida por uma alteração do humor (euforia em
alguns casos, depressão e irritabilidade em outros) e do apetite (vontade de
comer doces, ou então perda de apetite), visão embaçada, visão dupla, escurecimento
da visão (cegueira parcial) de um ou ambos os olhos, e sensação de estar vendo
pontos brilhantes, como se fossem vaga-lumes.
Entre outros sintomas da enxaqueca, estão incluídos:
diminuição da força muscular de um lado do corpo, formigamentos, tonturas,
diarreia, podendo também ocorrer as manifestações visuais já descritas.
A dor de cabeça da enxaqueca pode ser muito forte, a
ponto de impedir o indivíduo de exercer qualquer atividade, obrigando-o a ficar
deitado, num quarto escuro, em silêncio, durante horas ou dias. O paciente
torna-se muito irritável, preferindo ser deixado sozinho.
Boa parte das crises de enxaquecas terminam com o
sono, ou então quando a pessoa vomita (principalmente as crianças). Ao fim de
uma crise de enxaqueca, o paciente sente-se como que de ressaca, podendo
apresentar, por mais de um dia, tolerância limitada para atividade física e
mental.
Curiosidades
sobre a enxaqueca
Alimentação
O “NHS Choices”, site do Departamento de Saúde do
Reino Unido, cita alguns alimentos que mais frequentemente provocam as crises
de enxaqueca: queijo, trigo, chá preto, álcool, ovo, café e chocolate. Segundo
o órgão, esses alimentos afetam alguns, e não todos os que sofrem da doença.
Cafeína
Ela é vista como vilã — e às vezes é mesmo. Mas também
ajuda a controlar as crises. Aliás, parte dos remédios indicados tem a
substância na fórmula.
Atividade
física
Exercícios ajudam a controlar a enxaqueca, segundo uma
série de estudos. Na hora da crise, entretanto, é melhor evitá-los, pois eles
podem piorar as dores.
Acupuntura
A dor de cabeça está entre os dez maiores motivos de
consultas médicas no mundo. Além de mudanças no estilo de vida, a acupuntura é
indicada para tratá-la, pois estimula pontos específicos que levam à liberação
de analgésicos naturais.
Automedicação
O uso excessivo de analgésicos provoca o chamado
“efeito rebote”, ou seja, o retorno da dor. Além disso, pode causar intoxicação
e dependência. Procure um médico para saber quais e como usar os remédios
contra a dor.
Melatonina
A melatonina - hormônio produzido naturalmente pelo
corpo e que influência a regulação do sono - tem sido apontada como uma
substância que também ajuda no controle da enxaqueca.
A descrição das diferenças entre enxaqueca e tipo tensional ficou show! Estamos atualizando nossa página sobre enxaqueca e quero ver se coloco algo assim lá. Valeu pela dica.
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